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Da porteira para fora (96) – Jornal Tribuna Liberal de 30/03/2019 – Inovação 1.

Sem dúvida o Brasil não irá sobreviver se não se reinventar e para tal precisará ser inovador. Há muito tempo sabemos que ter mão de obra barata está longe de ser uma vantagem competitiva. Robôs invadem as linhas de produção e não recebem 13º salário.

Vendemos o minério e importamos o silício, o mundo mudou e não irá retornar ao passado. Depois que enchemos uma bexiga de ar, ela nunca mais retorna ao seu estado original, com o cérebro ocorre o mesmo, você o expande com novos conhecimentos e seus olhos verão o mundo sob outras perspectivas. Os países desenvolvidos evoluíram do domínio militar para o domínio tecnológico e financeiro, não há nenhuma placa de “Retorno” no horizonte, ou o Brasil acorda ou nos tornamos subdesenvolvidos.

A criatividade permeia nosso dia a dia e inúmeras artimanhas são lançadas para alcançar o bolso do cliente atual. Exemplo, “Cyber Monday”, uma segunda-feira cibernética onde as compras são feitas online após o dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Se importamos o papai Noel juntamente com a neve e o dia das bruxas, entre outros, por que não o “Cyber Monday”? Esse termo já chegou por aqui, no entanto, está um pouco distante da grande massa, o “Black Friday” é mais popular.

Para os nossos lojistas os canais de marketing mudaram muito nos últimos anos?

Sim. Há algumas décadas o rádio era a única ferramenta capaz de chegar à casa de qualquer indivíduo, depois veio a TV e, hoje são dezenas de canais, se o lojista não atacar criteriosamente esses diversos meios estará fora do mercado com muita rapidez.

2025 é a data para os lojistas suecos pararem de aceitar dinheiro em moeda. Os suecos não usam mais os caixas eletrônicos, notas físicas representam 1% do dinheiro em circulação. Você viaja à Macau e pode facilmente se deparar com um pedinte com um código de barras estampado no peito, você clica ali e baixa o curriculum dele com seus dados, dados da conta bancária e uma demonstração de porquê ele está naquela situação.

A concorrência mudou?

Sim. Mudou muito e está mudando mais rapidamente. Veja, o salário das pessoas não mudou muito, pelo contrário, caiu, o poder aquisitivo está menor. O comércio, os serviços competem para colocar a mão no seu bolso, comer uma fatia de seu salário.  Então, é fácil fazer um comparativo com 20 anos atrás e verificar para onde ia o salário do trabalhador, hoje, ele é canalizado para um modelo novo de Iphone, uma assinatura para ver filmes em casa e, por aí vai ….

Inovar está conectado com avanço da tecnologia?

Não. As empresas inovam agregando mais tecnologia e funções adicionais aos produtos e serviços, isso é um ERRO. A inovação deve agregar valor ao trabalho que está sendo executado pelo cliente. É preciso facilitar a vida dele, criar soluções que façam o trabalho para ele, no entanto, se para isso for necessário novas tecnologias, ok.

Em outras palavras, eu não preciso de uma câmera com um zilhão de pixel e não desejo pagar por isso. Isso pode ser até legal, mas não passa disso.

Posso usar meu plano de contas atual para contabilizar um projeto de inovação?

Não. O projeto de inovação exige novas contas dentro do plano de contas, elas devem ser específicas e devem ser implantadas. Ou seja, crie contas dedicadas ao projeto. É mais fácil para controlar a performance da inovação.

O planejamento relacionado à atividade inovação é confiável?

Não. Deve-se olhar para os números, mas também deve-se dar muita atenção aos sinais fracos, ao “feeling”, a aquilo que se escutou na rua sobre o produto, as ideias, suposições. Devemos sempre nos lembrar que estamos tateando um novo mercado. A IA – Inteligência Artificial irá facilitar em muito esse tipo de análise.

É fácil inovar numa empresa?

Não. As organizações têm sua origem nas fabricas, as fabricas foram construídas para serem eficientes. Inovação é um passo fora da organização, a maioria das vezes não combina com rotinas e funções eficientes.

O pulo do gato é o convívio entre o velho e o novo, no início o novo depende do velho, mas se o velho não dá suporte ao novo, a empresa possui grandes chances de ser aniquilada pelo mercado.

Quanto vale uma ideia inovadora?

Muito pouco, aqui no Brasil as pessoas se vangloriam de ter tido uma ideia original, supervalorizam essa ideia, mas isso é uma cultura que irá se extinguir. As ideias estão no nascedouro do processo, isso é verdade, mas com a ideia em mãos não teremos nem arranhado o processo e essa ideia irá mudar por imposição do mercado ao longo de sua implantação.

Quem deve ter novas ideias dentro de uma empresa?

Todos. É verdade que aqueles que estão no operacional muitas vezes não encontram tempo ou espaço para pensar em aprimoramentos, mas são eles que encostam o umbigo no balcão e poderiam ter as melhores ideias. (Continua na próxima semana).

 

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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