Iniciativa engloba ações estratégicas para difundir práticas e conhecimento sobre os conceitos da Indústria 4.0
Não temos como ficar de fora desta onda, mas já estamos atrasados, como sempre!!!!
O desenvolvimento da Indústria 4.0 é elemento central das estratégias de empresas e da política industrial das principais potências do mundo, e o Brasil não poderia ficar fora desse movimento. Para difundir o conhecimento sobre o conceito de Indústria 4.0 e sua importância para a competitividade, Fiesp, Ciesp, Senai-SP e ABDI lançaram o programa Rumo à Indústria 4.0, nesta sexta-feira, 29 de setembro, na sede da Fiesp, com um seminário apresentando as práticas da Indústria 4.0 e explicando como construir uma vantagem competitiva para as empresas.
O programa é formado por um conjunto de ações estratégicas para promover a implantação da Indústria 4.0 e a difusão de tecnologias ao longo das cadeias produtivas e para criar oportunidades de desenvolvimento e melhoria da gestão do processo produtivo. Um dos destaques do projeto é o 1º Congresso Brasileiro de Manufatura Avançada, que acontecerá nos dias 5 e 6 de dezembro, no Teatro do Sesi-SP.
Além de palestras nacionais e internacionais, o evento terá expositores com apresentação de soluções para a indústria e balcões de atendimento. No dia 6, será realizada uma visita técnica na escola Senai Armando de Arruda Pereira, em São Caetano do Sul. A escola tem um demonstrador de Manufatura Avançada equipado com robôs, célula de soldagem, sensores, gravadores a laser e centros de usinagens, e seu projeto arquitetônico recebeu 6 prêmios, entre eles, o Prêmio Os Melhores das Artes em 2016, obra vencedora na categoria arquitetura, da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA).
O programa Rumo à Indústria 4.0 também irá realizar quatro workshops regionais, entre os meses de outubro e novembro, envolvendo 200 empresas atendidas pelo Programa Brasil Mais Produtivo. Os eventos ocorrem serão na Região Metropolitana de São Paulo, Região do Grande ABC, Região de Campinas e Região de Ribeirão Preto. Para dezembro, está previsto um congresso na capital paulista.
De acordo com o diretor do Departamento de Competitividade e Tecnologia da Fiesp, José Ricardo Roriz Coelho, a Indústria 4.0 abrange várias tecnologias e soluções que se integram na organização da empresa, desde o chão de fábrica até o administrativo, e também na cadeia de fornecimento. “Alguns exemplos são big data, digitalização, inteligência artificial, internet das coisas, manufatura aditiva, realidade aumentada, robótica, sensores inteligentes e simulações virtuais.”
Segundo Luiz Augusto de Souza Ferreira, presidente da ABDI, os parâmetros da Indústria 4.0 começam a ser implementados no setor industrial, mas chegarão a outras áreas, como serviços, comércio e commodities. “Não é abandonar commodities, mas o Brasil deve aproveitar a oportunidade e entrar na indústria de transformação”, afirmou.
Rafael Moreira, assessor do MDIC, defende uma grande ação de disseminação na sociedade e pede para que as próprias empresas tomem a frente na mudança, considerada a quarta revolução industrial. “Ela vai impactar comportamento, demanda de consumo, formas de consumir, de distribuir. Temos que ancorar com o setor privado.”
Eduardo Zancul, professor da Universidade de São Paulo (USP), estudou experiências internacionais, como a implementação do conceito na Alemanha. Para ele, o país lançou uma plataforma para a Indústria 4.0 em 2013, envolvendo associações, empresas e a academia. A Alemanha optou pelo modelo clássico, com automação, processos e robotização. “A própria indústria tem participação muito importante para criar a base dessa plataforma. O foco maior é na exportação, manutenção de empregos e competitividade de pequenas e médias empresas”, explica.
“Você tem um modelo de negócios que está mudando completamente, e por isso temos que ter a percepção do que está acontecendo no setor e pensar em atender à indústria do futuro”, finalizou Roriz.
Matéria de Patrícia Ribeiro, Agência Indusnet Fiesp
Comente