Profetas
Quando Cristo veio ao mundo, já haviam passado pela região alguns dos mais importantes profetas da humanidade, provavelmente o mais importante deles tenha sido Moisés.
À época de Jesus Cristo (judeu da Galileia), a região era dominada pelos Romanos, a civilização mais avançada daquele período. Posterior a Cristo ocorre fato relevante por volta de 570 d.C. quando temos o nascimento de Maomé e com ele o nascimento do Islã.
Jesus Cristo, apesar de não ter tido filhos, deixou seus apóstolos para seguirem e disseminarem a Palavra, ou seja, um código de conduta e uma lição de liderança. Antes de partir, deu instruções através de seus ensinamentos de como deveriam ser os próximos milênios.
Como Jesus Cristo é visto pelas principais religiões?
Judaísmo
Vamos lembrar que Jesus Cristo era judeu, mas o judaísmo rejeita a ideia de ser Ele o messias aguardado. Os judeus se baseiam nas suas escrituras ou no Velho Testamento e argumentam que o que está ali descrito não fornece indícios de que Jesus Cristo seja o enviado por Deus. Ou seja, não há correspondência com as profecias messiânicas descritas no Tanach.
Islamismo
Para o Islã, Cristo é o messias, o enviado por Deus, um profeta e dos mais importantes, aquele que trouxe as escrituras, aquilo que deve e não deve ser seguido. No entanto, ele não é divino e nem foi crucificado.
Maomé é considerado o último dos profetas, foi precedido por Jesus, Moisés e Abraão. Maomé teria recebido revelações que estão codificadas no livro sagrado, o Corão, que é complementado por discursos e ações executadas pelo profeta. Hoje temos cerca de 1,5 bilhão de pessoas no mundo praticantes do islamismo. Se alguém tiver curiosidade pode ler o Corão, está aí na internet disponível para nós brasileiros, com três centenas de páginas.
A religião criada por Maomé é simples e um de seus pontos fortes é que não existe hierarquia dentro da seita, o que – em tese – evita ou deveria evitar disputas. O Muçulmano deve fazer 5 orações diárias, participar do período de jejum do Ramadã, e ir a Meca pelo menos uma vez na vida. O muçulmano não deve consumir carne de porco, bebidas alcoólicas, participar de jogos de azar, ou praticar roubos; no entanto, a escravidão é permitida.
Com o falecimento de Maomé, como ele não deixou herdeiro, temos outro imbróglio: divisões dentro da seita.
Sunitas – defendiam que o herdeiro fosse um discípulo de Maomé, aquele que seguiria sua trajetória, ou seja, um ilustre, alguém capaz, por méritos, de ocupar a posição do profeta. Os Sunitas aceitam além do Alcorão as Sunas, que são, basicamente, relatos dos atos praticados por Maomé, digamos, no seu dia a dia.
Xiitas – defendiam que um parente de Maomé deveria herdar todo o legado do profeta. Nesta fase foi escolhido o genro de Maomé, Ali. O sr. Ali, dentro da comunidade, gozava de excelente prestigio, merecido por suas qualidades. O significado de Xiita nada mais é que os companheiros de Ali, ou os amigos de Ali, ou os seguidores de Ali. Por aqui na Terra Brazilis, quando estamos diante de uma pessoa radical a chamamos de xiita – coisas de Brasil.
Essa discussão sobre o herdeiro de Maomé é até simplória que poder-se-ia chegar a um acordo com facilidade, se do outro lado da mesa não existisse algo conhecido como “ser humano”.
Catolicismo
Ele, Cristo, é o messias, aquele que veio para salvar a humanidade dos pecados, veio para trazer a paz. Aquele que foi ungido por Deus, Deus em carne e osso. Há algumas controvérsias sobre o fato de Jesus ter ou não existido, no entanto, O Dr Zero Cost acredita que este fato é pouco relevante, pois seus ensinamentos são fortes e indeléveis o suficiente para nos permear por outros milênios, se não destruirmos o planeta com algumas bombas atômicas. O que está escrito, ou o que ele pregou, é a saída para uma sociedade justa e igualitária. Então, existindo ou não, o importante é o que está escrito, as mensagens ali propostas.
Vale mencionar que na idade média há um grande domínio da Igreja Católica em toda a Europa; ser amigo do episcopado era muito conveniente, pois a Igreja não era somente influente, era muito rica, proprietária de terras em todo local. Tocando no tema amizade, vamos abrir um parêntesis para Clovis I, o primeiro dos reis Francos: uniu todas as tribos francas (atual França). Esse rei se tornou católico, uma estratégia das mais inteligentes, ou seja, se conectou à Igreja Católica e ao episcopado. O rei Clovis I se converteu ao catolicismo em 508 d.C. e morreu em 511d.C. e, nesta data, havia conquistado grande parte daquilo que era a Gália Romana. Pouco antes de sua morte, o rei Clóvis I criou o I Concílio de Orleans (511 d.C.), uma reunião de bispos para reformar a Igreja e ratificar a ligação da Igreja com a Coroa.
Observe que dependendo de como analisamos os fatos, podemos separar Cristo da Igreja e, com certeza, Cristo não teria cometido os mesmos deslizes que a Igreja nesses 2.000 anos.
O rei Clovis I convertendo-se ao catolicismo, opõe-se ao arianismo. Mas, o que foi o arianismo? E porque até hoje muitos denominam os alemães como arianos?
A primeira discussão é: Jesus e Deus não são as mesmas entidades, aqui está a base de toda a teoria ariana. Deus é Deus e Jesus é Jesus. Os arianos aceitam que Jesus seja filho de Deus, mas não é Deus. Estamos no século IV d.C. e essa doutrina foi defendida pelo professor Arius. O ser humano muitas vezes se debruça por séculos sobre questões que poderiam ser mais facilmente equacionadas, mas é assim…
Os cientistas exercem papel fundamental na trajetória de esclarecimentos futuros, esticando as fronteiras do conhecimento. Eles (os cientistas), com suas teorias comprobatórias, irão aos poucos comprovando o que hoje está destinado a fé. Santo Anastásio fazia frente a esta doutrina com uma frase; “Deus é Pai apenas porque é o Pai do Filho. Assim o Filho não teria tido começo e o Pai estaria com o Filho eternamente. Portanto, o Filho seria o filho eterno do Pai, e o Pai, o Pai eterno do Filho”. De qualquer maneira o arianismo segue entre nós (2017), ora mais atuante, ora menos atuante, introduzido através de outras religiões e são discussões seculares.
Já os arianos, como popularmente definimos hoje, têm sua origem em meados do século XIX e seguem até a II Guerra Mundial; nascem em meio a controvérsias, mas como já escrevemos nesta coluna, as versões muitas vezes superam os fatos. A etnia branca europeia seria descendente do povo ariano (aqui a fantasia é o limite; com diversas definições, é melhor dizer que todos nós viemos da África e colocar uma pá de cal neste tema).
Sim, o Partido Nacional Socialista da Alemanha deu a este termo uma definição especial desde a I Guerra Mundial, o que conduziu os alemães até à II Guerra Mundial, mas esperemos não mais passar por esses episódios onde todos parecem estar ao lado da razão e nenhuma solução razoável é encontrada. Os povos em geral ao longo da história se consideram superiores, muito em função de seu poderio bélico, que hoje se conecta diretamente ao estado da arte das ciências, o que em tese não deveria ser assim; a liberdade, a fraternidade e a igualdade defendidas na Revolução Francesa poderiam discernir os povos mais ou menos dominantes. Difícil?!?!
O Ideário Nazista se apoderou deste conceito “ariano” de superioridade, da tecnologia que dominavam, dos episódios de submissão a outros povos, partiram para a revanche e, por muito pouco não dominaram o mundo.
Antes de sua partida, Cristo deixou um novo mandamento que, se realmente fosse aplicado, resolveria todas as desavenças do mundo atual: JOÃO 13:34 – “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis”. JOÃO 13:35 – “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros”.
Feliz Natal!
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