Estamos prestes a embarcar na plataforma 20-17, com destino provável e pouco conhecido. A PME sofreu muito em 2016, mais do que merecia, e os motivos são os mais diversos.
Algo que o Dr Zero Cost aprendeu no passado foi não colocar a culpa pelos infortúnios e péssimos resultados em terceiros como governo, leis, etc… Não que eles não carreguem boa parte dessa culpa, mas mesmo que essa culpa possa ser atribuída 100% a essa galera em nada nos ajuda a sair de uma situação desconfortável para dizer o mínimo.
Um ponto que pode ser considerado positivo em 2016 é justamente toda a adversidade que sofremos. Por que? Porque isso fará nos reinventarmos em 2017, buscar o novo, transformar ideias em lucro. E isso se consegue com muito trabalho e dedicação e a certeza que 2018 os desafios irão se renovar, esse ciclo não possui final.
Para entender um pouco a situação que chegamos em dezembro de 2016 basta verificar quantos papais-noéis perderam o emprego nesse Natal, e se você tiver a sorte de ser convidado para uma daquelas festas de final de ano observe a decadência dos pratos servidos, o nível das bebidas e mesmo o número menor de pessoas que estarão presentes. Ano DURO!!! Muito DURO!!!
Se servir de consolo, não estamos sozinhos, tem muita gente nesse avião e já no embarque na plataforma 20-17 muitos dos passageiros, alguns de porte grande já preveem que vamos ter turbulência. Veja um dos grandes: a Embraer, vai focar ainda mais suas vendas em mercados específicos, não irá desperdiçar energia, e se possível buscar um mercado que tenha potencial de crescimento. A Ford, por exemplo, acredita numa redução de perda para 2017 em relação a 2016. O presidente da Volkswagen, David Powels, afirmou ” a previsão para o ano que vem é de vendas de 2,2 milhões de veículos. Para voltar aos 3,5 milhões de veículos, vai demorar até 10 anos”. O Banco Central sinalizou, falou, e falou essa semana, mas quando se espreme o discurso do sr. Ilan Goldfajn (nome até difícil de pronunciar) … nada se escutou para o curto prazo. E escutamos um pouco da balela de sempre (talvez, bem-intencionada), hoje, uma criança de 10 anos sabe que o Brasil possui juros não sustentáveis no longo prazo, e o governo promete trabalhar para diminuí-lo, isso me lembra os discursos do sr. José de Alencar (vice-presidente do Brasil na era Lula). Na prática se a PME utilizar o cartão de crédito irá quebrar mais rápido.
O Dr Zero Cost gosta do exemplo dos grandes, pois normalmente eles possuem recursos para injetar em pesquisas, e quando falam ou escrevem algo, esse algo foi estressado e faz parte de um plano de ação onde muitas cabeças estiveram envolvidas. Portanto, a PME que não pode se dar ao luxo de pagar pesquisas, pode pegar carona nessas estratégias macros e extrapolar para seu microcosmos.
As comparações de estatísticas de 2016 com 2015 mostram quase sempre algo negativo. Exemplo, o Secovi registra um aumento nas vendas no mês de outubro/2016, no entanto, na capital paulista os lançamentos estão num patamar de 30% inferior e 16% nas vendas se compararmos os últimos 12 meses (novembro 2015 a outubro 2016).
Os estados de Minas Gerais (o do Aécio), o Rio Grande do Sul, e o Rio de Janeiro estão numa pindaíba que produz noticia a todo momento, e poucos meses atrás o mundo se voltava para as Olimpíadas no Rio de Janeiro e elogiava.
O governo Temer anunciou R$ 850 milhões de reais para a educação para os programas Médiotec (outro nome recentemente inventado) e o Fomento à Escola em Tempo Integral, eles só esqueceram de avisar onde é que esse pessoal irá trabalhar se porventura conseguirem o diploma!?!?!
No segmento de serviços que representa 70% do PIB os números também caíram, subtraiu-se algo como 5% no último ano (ver Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) emitido pelo IBGE)
Mas, e aqui no mundo dos mortais?
O Dr Zero Cost recomenda o corte nos custos e o aumento na base de clientes. Ok, um mortal poderá responder, a lição de casa de cortar custos estou fazendo, mas cadê os clientes? Para o corte de custos temos que ir além, não basta simplesmente colocar numa planilha e verificar o que pode ser diminuído, a criatividade deve entrar em cena, por exemplo, o compartilhamento de meios de produção mesmo com a concorrência. A associação de compras através de entidades, grupos de empresários, etc… E os clientes? Sim, não é fácil, e não há uma fórmula mágica, ou uma resposta certeira. Trata-se de um conjunto de pequenas ações que “podem” nos levar a sobreviver e chegar ao próximo Natal. Vejamos, por exemplo, o varejo, ele despenca, mas o mercado de e-commerce caminha razoavelmente bem. A interação com o cliente está mudando, e essa percepção pode ser o limiar entre viver ou morrer. Sim, há saídas, mas a passagem é estreita e muitos morrerão nesse trajeto. Sorry.
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