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Da porteira para fora (06p) – Jornal Tribuna Liberal – 09/07/2017 (Ditadura)

Como a política influencia no dia a dia das pequenas e médias no Brasil, e como oneram seus custos e despesas gerando ineficiência e baixa produtividade

Você é político?

O Dr Zero Cost recorre neste momento a um pedido de coragem, é preciso coragem principalmente dos geradores de empregos – os empreendedores (é preciso diminuir custos e despesas), coragem para analisar os acontecimentos e agir, coragem para participar e influenciar nas decisões de governo, e se faz mister citar: Cassiano Nunes, 1921 – 2007, em O patriotismo difícil. “Aliás, os velhos problemas do Brasil possuem isto em comum: perene atualidade. À falta de uma corajosa solução dos governos, continuam sempre atuais”. O Dr Zero Cost tem escutado, mas não está convencido que o povo está mais esclarecido para combater os desmandos, o povo está mais antenado às possibilidades que se abrem para um novo governo, mais participativo, menos encurralado. Que bom se esta for a verdade, pois, sabemos o quanto o povo brasileiro se afastou das decisões políticas de governo e o preço que paga por essa omissão, e o preço que paga por não ter memória. É verdade, não se trata de um privilégio do brasileiro, já à época de Cristo o tema foi levantado, Sêneca (4 a.C. – Roma, 65 d.C.) escreve a seu irmão Galião e o aconselha na busca de um pensamento próprio, e critica a falta de opinião de quase todo o povo romano. Ou seja, valia o ditado: “Quem tem boca vaia Roma”(verbo vaiar), por aqui na Terra Brazilis geramos um ruído, “Quem tem boca vai a Roma” (verbo ir).

Hoje (2017), tudo nos sinaliza que será a economia o vetor de saída da crise, portanto, embora o tiroteio político esteja na temperatura máxima e ninguém saiba ao certo quem irá sobreviver até 2018, juros baixos e inflação em queda são duas variáveis de extrema importância para atravessar essa ponte. E lá, se sonhar é possível, o Dr Zero Cost espera que todos acompanhem as ações do ministério da Fazenda (como fazemos hoje), além do ministério da Educação. Como pode um país progredir onde todos conhecem a mulher mexerica e não sabem o nome do ministro da Educação e seus planos para educar o povo? O Dr Zero Cost está errado? Então, diz aí quem é o ministro da educação e qual é o plano do atual governo? Mas, voltemos a nossa digressão;

Décadas de 1960 – 1970, já escrevemos a nossa admiração sobre o AI-4 (ninguém comenta sobre ele), mas vamos ao AI-5 (que todos comentam sobre ele) que nasceu do fato do deputado Marcio Moreira Alves pedir para a população não participar do desfile de 7 de setembro de 1968, o que deixou os militares muito irritados. Como ele possuía imunidade parlamentar (esse tema nos parece que continua na pauta da Globo, e agora é o povo que está irritado) veio o AI – 5. O Congresso Nacional foi fechado novamente. Castigou-se sobremaneira a classe política, vontade que está estampada na cara do povo através das mídias sociais em 2017 depois das delações da Odebrecht e o episódio Temer- PJ (Pós Joesley), castigar políticos, vontade antiga.

E os revoltosos armados, os antimilitares? Quem eram eles? Há um filminho que roda na internet muito interessante, Roberto Campos defende a revolução de 1964 (veja você!), para ele havia o autoritarismo da esquerda ideológico (os revoltosos) e um autoritarismo de direita envergonhado que falava em democracia e tentava manter o congresso aberto. Fernando Gabeira ratifica essa visão, ele diz que lutava contra uma ditadura militar para implantar uma ditadura do proletariado e nem de longe lutou pela democracia, isso dito e filmado está por aí no You Tube, vejam a deturpação das informações que veiculam até nós – pobres mortais. Alguns é verdade lutavam pela democracia que aliás quando convém todos saem à frente para defendê-la, mas nenhum grupo armado naquela época queria a democracia! É muita basbaquice as versões românticas dos dias atuais. Procure por Vera Silva Magalhães (Loira 90) na internet; terrorista e guerrilheira na Wikipédia você encontrará: “Ainda criança, estudando na tradicional escola carioca Chapéuzinho Vermelho, em Ipanema, Vera brigava com as professoras porque a escola queria que os alunos fizessem exercícios em inglês”. No vídeo ela confirma que desejavam tomar o poder dos militares com o único objetivo de implantar a ditadura do proletariado, ou seja, ninguém falava em democracia, só nós os desinformados acreditamos em Papai Noel.

Sobre o golpe. Marco Antonio Villa no livro Ditadura Brasileira documenta que João Goulart queria o poder para se perpetuar nele, e chama a atenção que no Brasil não houve uma ditadura, menciona o período 1964 – 1968 até o AI–5, ”com toda a movimentação político – cultural que havia no país…. E os anos de 1979 – 1978, com a aprovação da Lei de Anistia e as eleições diretas para governos estaduais em 1982. Que ditadura no mundo foi assim? ”…e escreve…”nos últimos anos se consolidou a versão de que os militantes da luta armada combateram a ditadura em defesa da liberdade. E que os militares teriam voltado para os quartéis graças às suas heroicas ações. Em um país sem memória é fácil reescrever a história”.

Obviamente não estamos aqui defendo o AI-5, O Ato Institucional nº 5, baixado em 13 de dezembro de 1968, à época do governo do general Costa e Silva, o AI–5 vigorou até dezembro de 1978 e produziu ações arbitrárias que ainda estão na pauta do dia.

Vale mencionar a padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida e a guerra travada pelos paulistas contra Getúlio Vargas. Em 1930 era a vez dos mineiros serem presidente, mas Washington Luís fez com que o candidato por São Paulo vencesse, Júlio Prestes. O candidato dos dissidentes (Minas Gerais + Paraíba + Rio Grande do Sul) perdeu, esse imbróglio eleitoral fez com que Júlio Prestes ganhasse, mas não levasse, e Getúlio achou essa brecha e assumiu com a promessa de convocar novas eleições, e não o fez. Aí temos a Revolução de 30, iniciado o conflito Getúlio promete uma nova constituição e os conflitos cessam, mas Getúlio não cumpre a palavra, e São Paulo se rebela novamente e briga sozinho entre 1932 – 1934. Os paulistas se aglutinaram em torno da padroeira dos soldados constitucionalistas antes de 1930 e seu templo foi erguido no bairro de Indianópolis, inaugurado em 1933, foi a 1ª paróquia e depois veio a Basílica de Aparecida do Norte muito conhecida pelas romarias. Bem, a mulher de Costa e Silva se chamava Iolanda Gibson Barbosa da Costa e Silva, e a sra Dilma Rousseff, segundo a delatora marqueteira sra. Mônica Moura escolheu o mesmo nome para comunicações, digamos, pouco recomendáveis entre elas, e estão aí no processo da Lava Jato lembrando que à época ela pertencia ao grupo armado contra a ditadura, o VPR. É aqui que as histórias da igreja de Nossa Senhora Aparecida se cruzam com a da sra. Dilma. Um rapaz católico e frequentador da igreja Nossa Senhora Aparecida do bairro de Indianópolis servia o exército em Quitaúna e na noite de 26 de junho de 1968 esse recruta, Mário Kosel Filho de 18 anos fazia parte da guarda noturna, um grupo do VPR invadiu o quartel com uma caminhoneta repleta de dinamite e explodiu, levando junto a vida deste recruta. Seja lá quem estiver certo, não é certo matar um jovem de 18 anos por propósitos políticos e para implantar outro tipo de ditadura.

Enfim, não podemos desperdiçar uma boa crise, mas, porque entramos nesse buraco econômico e social? Vamos tentar entender.

(Continua na próxima semana)

(Leia o artigo anterior)


Você também pode ler essa coluna diretamente no Jornal Tribuna Liberal, clicando aqui.

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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