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Da porteira para fora (102) – Jornal Tribuna Liberal de 12/05/2019 – Inovação 7.

O terreno da inovação é minado?

Sim. Há diversos problemas a serem contornados, exemplos:

1.Não ter gente capaz de fora da organização para gerenciar o projeto, normalmente é um erro. Cachorro velho não aprende truque novo. Isso ocorre com a maioria das pequenas e médias empresas brasileiras que não dispõem de recursos para essas contratações. Neste caso onde a empresa não possui recursos e não pode ficar fora da inovação sugerimos que a empresa crie um grupo de trabalho interno. Observe que ao criar um grupo de trabalho interno comum provavelmente teremos uma forte incoerência operacional. O grupo interno deve obter resultados para que a empresa gere caixa, ou seja, deve ser eficiente, enquanto os mesmos participantes do grupo de inovação devem buscar a eficácia. Se não tivermos determinados cuidados podemos terminar esse processo sem eficiência e sem eficácia. Muitos de nossos colaboradores pararam no tempo. Observemos as dispensas de mão de obra executadas pelas montadoras brasileiras, são poucos os trabalhadores que conseguem uma recolocação. A maioria fica marginalizado ou dedica-se a informalidade.

2. O Brasil já se acostumou com a estatística de seus desalentados, ou seja, trabalhadores que desistem de buscar uma nova colocação e já somam 4,7 milhões de trabalhadores, temos ainda a informalidade que atinge outros milhões e cresce dia a dia. A informalidade remunera menos que o mercado formal, pois a competição é duríssima. Chame por um taxi Uber e poderá ser atendido por uma arquiteta ou por um engenheiro.

3. Na outra ponta a indústria necessita inovar, necessita crescer, necessita gerar lucro. Uma pergunta que o empreendedor pode se fazer é: Preciso inovar? Suponha que o empreendedor fosse iniciar um negócio do zero, agora, suponha que seu desejo seja crescer no mercado, será que ele contrataria o mesmo time que possui hoje trabalhando na empresa? Esse problema social dos mais graves que vivenciamos em 2019 deve ter como protagonista da solução: O governo, cabe a ele políticas que resolvam a equação: Foco + Tecnologia + Educação = Esperança por Dias Melhores (empregos).

4. Ter um time dedicado composto por pessoas do quadro atual e profissionais de fora da organização pode dar bons resultados. Dependendo do produto ou serviço que será inovado é aconselhável que esse time seja majoritariamente de fora da organização. Pessoas da organização normalmente possuem orgulho, familiaridades, tiques, conveniências, normas sobre remuneração e, algumas dessas características podem ser limitantes para o tema inovação. O CEO poderá enxergar nessa oportunidade uma chance para dispensar algumas peças, se desfazer de memórias organizacionais que travarão as inovações.

5. Seguir um manual antigo de descrição de cargos que está operando na empresa há anos e utilizá-lo para enquadrar os novos cargos pertencentes ao time de inovação será um erro.

6. A empresa é um local de convívio e arrasta consigo memórias e rotinas, um novo local, um espaço dedicado para o grupo inovador é recomendável.

7. O contar histórias é muito positivo, a empresa deve relembrar suas histórias, suas conquistas memoráveis, o grupo de inovação não deve se livrar delas, elas são a base para um futuro melhor, ou seja, para enxergarmos mais longe é recomendável subirmos nos ombros daqueles que já passaram por ali.

8. Os processos existentes terão que ser desconstruídos, mas não podemos negligenciar o fato que enquanto a inovação não consegue pagar o almoço, são esses processos “antigos” que pagam.

9. As métricas para o grupo inovador devem ser diferenciadas das métricas que a empresa rodante segue, inclusive contas separadas no plano de contas devem ser utilizadas para esses novos projetos.

As importantes inovações tecnológicas estão se concentrando na mão de poucos?

Sim, esse é um problema para o governo do sr. Bolsonaro e para a sociedade brasileira. Em vez de ficarmos discutindo se a roupa da primeira dama é adequada ou não, que tal evoluirmos para temas realmente relevantes?

Observe o poder dessas grandes empresas como Amazon, Facebook, Google etc. Aqui no Brasil vivemos noticiando que somos contra cartéis e, quanto a esses aqui o que temos a dizer? Por quanto tempo o governo e a sociedade ficarão quietos sem se manifestar? Veja, o Dr Zero Cost admira essas empresas, elas melhoraram nossa qualidade de vida, mas é preciso discutir aonde isso irá parar? Imagine nossa dependência desse pessoal em dez anos?

Lá fora o próprio inventor da Internet já alertou sobre o tema e propôs uma nova internet sem predomínio de gigantes, Tim Bernner-Lee criou uma startup a Inrupt justamente para se contrapor a esse oligopólio gigante. (Continua na próxima semana).

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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