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Da porteira para fora (132) – Jornal Tribuna Liberal de 08/12/2019 – WOW 4.

Dentro da Clientelidade, ou seja, da análise do cliente diante de sua própria realidade analisamos até aqui três “Por Quês”;

WOW 1 – O “Por Quê” do CEO?

WOW 2 – O  “Por Quê” o cliente irá adquirir algo de nossa empresa?

WOW 3 – O “Por quê” do time?

E, agora, vamos ao WOW 4 – O “Por Quê” da empresa?

O WOW 4- “Work On Why 4” é dedicado à empresa. Quando nos propomos abrir uma empresa temos que pensar necessariamente nas tarefas que iremos resolver para um determinado nicho de clientes, ou em tempos modernos pensar no “prazer” que iremos proporcionar a nossos potenciais clientes.

Escrevi “prazer” porque é comum entre os acadêmicos de hoje mencionar o jargão, não vendemos produtos, ou muitos menos serviços, vendemos Uauuuuu. Em outras palavras trata-se do encantamento, pensemos, por exemplo, na Disney, eles não vendem um produto, ou um serviço e sim o Uauuuuuu, a experiência inesquecível que detonará o gatilho para que as crianças desejem retornar e que quando forem adultas não se esqueçam da experiência passada e incentivem seus filhos a percorrerem o mesmo trajeto. A Disney agradece!

Quanto ao “Por Quê” da empresa o que temos visto no mercado atual são duas correntes de empreendedorismo, o empreendedorismo de oportunidade e o empreendedorismo de necessidade.

O empreendedorismo de oportunidade parte de um pensamento estratégico que desemboca num planejamento estratégico que após testes mercadológicos retorna ao pensamento estratégico para ajustes finos que retorna ao pensamento estratégico. Trata-se de um ciclo virtuoso. Simples? Não, reconhecemos que não é.

O empreendedorismo de necessidade nasce da falta de emprego, da falta de perspectivas. O trabalhador fica na fila dos desempregados por meses, migra para a fila dos desalentados outros tantos meses e por fim decide empreender. Aqui ele idealiza um negócio e parte! Observe que nesse caso não houve uma avaliação ainda que superficial do potencial cliente, ou mesmo de suas reais dores. Simplesmente o empreendedor parte para o mercado com base em uma ideia disforme (fé em Deus) e uns poucos reais próprios ou emprestados de terceiros.

A nossa torcida é para que esse empreendedor de necessidade dê certo, mas o caminho é duro e penoso. O que temos visto são empresas quebrando como palitos. Obviamente o brasileiro é antes de tudo um forte, no entanto, é preciso capacitá-lo a fim de que ele gere riqueza, o que é bom para todos e em última instância para o Brasil.

O “Por Quê” da empresa deve ser muito bem analisado, o tripé, ideia + recursos + time e a validação da ideia em duas ou três fases é fundamental para não engordar o índice de mortalidade empresarial.

Além dessas dificuldades que o nosso herói irá encontrar, o Brasil é um país “triste” para aqueles que desejam empreender. As pessoas desde a infância são incentivadas a trabalharem para o governo, ganharem estabilidade profissional e a não praticarem a educação continuada. É “triste” para escrever o mínimo.

A Europa viveu esse processo de desburocratização em 2006 e criou regras para seu mercado interno conhecida como “Diretiva Bolkestein” objetivando um bloco sem fronteiras (dezenas de países, línguas diferentes, Bancos Centrais com políticas distintas, pessoas que lutaram umas contra as outras em guerras passadas, etc..), é como se o Brasil nivelasse os impostos entre todos os estados, ou seja, aqui deveria ser muito mais fácil de ser realizado. A ideia do mercado comum europeu foi lançada no ano 2000 para tornar a Europa mais competitiva em 2010.

Vale mencionar que no último levantamento sobre “Doing Business” do Banco Mundial, ou seja, facilidades para se empreender, o Brasil ficou na posição de 124º num ranking de 190º países. É vexatório! Nós  somos muito ruins e, mesmo assim empresas são criadas aos milhares todos os dias.

A capacitação do empreendedor de raiz como muitos denominam, ou de necessidade é fundamental para evitarmos a sua quebra nos primeiros meses ou até o terceiro ano, essa falência não interessa a ninguém, nem mesmo ao mercado.

O Governo Federal fez muito pouco até agora por esses heróis, mas entendemos que ele está tomando pé da situação. O Brasil é muito grande e enfrenta diferenças profundas de região para região. Reconhecemos que se trata de tarefa para gigantes e o mais fácil é criticar. Outro aspecto é que a economia está toda conectada, se sobe o preço do quilo da carne o pecuarista elogia, mas o pobre não consegue comer. A equação é para um Einstein.

Quando nos deparamos com esse empresário aventureiro é cristalino que ele precisa de ajuda, no entanto, é preciso  ajudá-lo dentro de suas limitações de conhecimento. Em outras palavras é inútil ensinar como ele deve calcular a “Taxa de Retorno” sobre o capital investido se o conceito sobre capital não está sedimentado. É como recitar Shakespeare para uma pessoa que  não fala inglês, Shakespeare é maravilhoso, mas recitá-lo será uma tarefa inútil.

Também é verdade que a Internet trouxe inúmeras possibilidades para o aprendizado, há entidades como a Fecomércio, o Secovi e tantas outras que disponibilizam treinamentos, e mesmo, universidades renomadas fora do Brasil. Esses cursos estão disponíveis gratuitamente e on-line, o sujeito pode se sentar no sofá de casa e estudar precisando somente de um computador, uma conexão de Internet e VONTADE, ou seja, do lado desse batalhador também é preciso dar um passinho à frente. Simples? Não, reconhecemos que não é.

Como todo brasileiro apesar das condições adversas ele esbanja otimismo e segundo o governo atual em 2030 estaremos entre os 50 melhores países para empreender, vamos acreditar! Antes disso decida o propósito de sua empresa!

 

(leia a mesma matéria na mídia impressa)

(leia  a matéria anterior)

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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