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Da porteira para fora (152) – Jornal Tribuna Liberal de 26/04/2020 – Pêndulo.

Somos pendulares, nossa sociedade é pendular. A mão que elege é a mesma que retira do poder. A mão que apoia é a mesma que apedreja.

Temos visto o comportamento da China frente ao vírus e foi impecável no combate. Temos escutado as diversas críticas aos chineses, todavia não podemos dizer que eles oscilaram. Eles seguem firmes num mesmo propósito, podemos discutir o propósito, se ele é bom ou ruim e essa discussão não terá um fim. O que vale observar, aqui da arquibancada, é que o time chinês sabe exatamente para que lado deve atacar. Não há oscilação, as táticas fazem parte da busca pelo objetivo traçado no longo prazo.

Como conduzir uma nação a um porto seguro se cada facção do poder pensa numa direção antagônica, conflitante e na maioria das vezes, pensa-se no poder pelo objetivo em si de se conseguir o próprio poder.

Vejamos o poder fracionado no Brasil guiado por uma frase emblemática, “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. Para facilitar nossa análise vamos apartar Deus desse raciocínio, já que que Deus se feito a nossa semelhança é o ser supremo de uma determinada religião, então, cada religião possui seu próprio Deus. Considerando que o Brasil é um país laico, ou seja, o governo brasileiro não exige que o povo pertença a uma única religião ou a uma ordem religiosa, o laico elimina o poder de influência, o controle de qualquer que seja a religião sobre a vida dos cidadãos, e principalmente sobre instituições e serviços públicos. Mas, como somos pendulares não será difícil encontrar um crucifixo numa repartição pública. Então, concluímos que o Deus a ser seguido depende da religião que cada brasileiro escolher. Aqui podemos oscilar entre, Alá, Cristo, Deus-Pai, Javé, Jeová, um salvador divino ocasional, uma entidade, um espírito ou um onipresente que na melhor das hipóteses irá nos livrar dos sofrimentos atuais e futuros. O altíssimo é tema complexo e está conectado a fé de cada um, acredita-se ou não se acredita, não há discussão, esse é o ponto de partida.

Então, voltemos a “nossa” frase “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, o segundo agente importante nessa frase é o Brasil. Se substituímos Brasil por China não haveria grandes dúvidas e uma única resposta seria proferida. Mas, somos brasileiros, a primeira pergunta que podemos fazer é; com quem está o poder? E a segunda é; se o fulano possui o poder ou o sicrano possui o poder, qual é o projeto de país que estão mirando, almejando, buscando, idealizando?

Atualmente no Brasil, quem possui o poder?

O povo!

Sim, o povo possui poder, muito poder, mas não sabe que o possui. Vejamos as pesquisas, qualquer uma, sempre haverá um fracionamento no resultado e pior, “indecisos” ou “não souberam responder” estão lá. Ou seja, a falta gritante do conceito sobre cidadania está ali. Um governante inteligente sempre saberá alinhar seu discurso para que na hora do voto, essa massa acéfala crave o nome dele na urna.

O STF – O Supremo Tribunal Federal!

Esse possui poder, muito poder. Por quê? Porque é o guardião da constituição e suas decisões são pautadas pela palavra escrita. Aqui podemos retornar ao tema das religiões. Quantas bíblias existem? Que saibamos uma única bíblia dividida entre o velho e o novo testamento. Agora, quantas religiões existem que seguem a mesma bíblia? Não faço ideia, mas devem ser centenas. A palavra divina interpretada de “n” maneiras distintas dependendo do interesse de quem as lê.

Atualmente a interpretação da constituição feita pelo STF possui a cor vermelha, simples assim.

A Câmara dos Deputados e o Senado Federal.

Em tese cada um possui seu próprio poder, mas graças a decisão relinchante dos comandantes atuais foi colocado no topo dessas duas forças de poder, o mesmo partido político – O DEM. Ou seja, tudo passa por ali, principalmente a pauta do que vai e do que não vai ser votado. E não vamos nos esquecer que o presidente do DEM é o ACM Neto. Um partido de centro-direita que possui poder e sabe que quer mais! Há um limite para esse “quer mais’, motivo: Se o sr. Bolsonaro cair assume o Gen. Mourão, ou seja, o exército estará no poder, então, a política vai ser bate e assopra até as novas eleições presidenciais serem realizadas. O DEM se opôs aos governos de Lula e Dilma e pegou carona no governo Temer e tão cedo não sairá de lá.

O presidente da República.

O poder do presidente da República pode ser enorme ou não, depende de como ele monta suas peças nesse tabuleiro. O atual, está abraçado ao vice e numa pequena parcela da população seguindo as religiões o encara como o novo messias, o libertador, o Simon Bolívar brasileiro. Observe que para os intelectuais definitivamente ele não é um sonho de consumo, ao contrário representa muito mal a nação lá fora. Se éramos considerados um país atrasado, agora, fazemos fronteira com umas das quatro nações que mais passa fome no planeta, a Venezuela, ou seja, a contaminação está aí na porta. Atualmente o governo em ação para combate ao vírus corona decidiu pagar 600,00 (seiscentos reais) a cada cidadão na linha da miséria, uma ação louvável – Problema: Ele não sabia quem eram esses brasileiros? Agora, através de ação da Caixa Econômica Federal estão cadastrando 30 milhões de brasileiros que até a semana passada não existiam. Aqui caberia discutir a segunda frase mais famosa do atual presidente: “Mais Brasil e menos Brasília”, quem está melhorando a agonia do povo é justamente a CEF e o SUS, dois órgãos de governo. Assunto para outras reflexões.

Enfim, nosso presidente, bem-intencionado ou não, não pode ser considerado um estadista, trata-se de um personagem típico de histórias em quadrinhos. Agora, dependendo da situação de o sr. Trump nas Américas em novembro de 2020 o nosso presidente aqui poderá ou não conseguir algum fôlego para empurrar o mandato até o final. Essa trajetória poderia ser mudada, mas não há massa cefálica para tal.

E a segunda pergunta foi; se o fulano possui o poder ou o sicrano possui o poder, qual é o projeto de país que estão mirando, almejando, buscando, idealizando?

Aqui é relativamente fácil responder que existem diversos Brazis, diversos planos de governo, cada um puxando para um lado e minando o outro. Podemos morrer pela mão do vírus de plantão, mas nunca por monotonia. Olha a cobra, olha a chuva, olha o pau, é mentira, …ahh

Pensemos, agora, nas nossas empresas, onde está o poder? O poder é bem exercido? Os nossos inteligentes CEO´s acordam pela manhã e tomam decisões intempestivas? Entenderam que não estamos na China? Possuem um plano? Irão sobreviver? Ou ficarão velhos antes de se tornarem sábios?

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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