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Da porteira para fora (186) – Jornal Tribuna Liberal de 20/12/2020 – praticamente natal.

O natal é a data máxima da cristandade, nossos espíritos devem estar mais desarmados e nossas esperanças renovadas. Que seja, assim!

No cerne das famílias as pessoas enfrentam problemas cotidianamente e a respiração imaculada no período natalino é fundamental para empurrarmos esse barco um pouco mais à frente.

As famílias felizes demonstram um certo padrão de felicidade, pergunte para algumas delas o que é ser feliz e as repostas estarão alinhadas, já as famílias desgraçadas e infelizes a cada pergunta você receberá uma dissertação diferente, ou seja, as desgraças são incontáveis e possuem muitas faces.

Não há como escapar das desgraças, mesmo que nada façamos alguém as trará até nós. O segredo é como reagiremos a elas, é lógico que 2020 foi duríssimo e dado o nosso planejamento incomparável, contra o COVID-19, não seremos imitados por nenhum outro país, ou seja, não veremos ninguém a nossa frente e o pior nem atrás.

A vacina virá graças aos excelentes técnicos e bilhões de dólares injetamos na sua pesquisa, o governo de São Paulo promete o início da vacinação para a data de aniversário de São Paulo e que seja assim, mas sabemos que se trata de um posicionamento político!

Chegamos nesse Natal de 2020 com um fortalecimento sem precedentes do eixo asiático, uma Europa que se derrete perante o seu passado glorioso e o EUA que luta para não perder a hegemonia mundial. Estamos vivenciando um momento histórico de mudanças como as que ocorreram no final do século XIX para o século XX quando nossos antepassados assistiram à queda do Reino Unido. Portanto, veremos durante todo o restante do século XXI uma acomodação dessas forças. O que poderá ser bom para o Brasil se nossos dirigentes souberem se posicionar nesse mosaico. O que fazer e como fazer já está mapeado por nossas mentes nacionais mais brilhantes, resta saber se nossos dirigentes serão sábios o necessário para implementar as mudanças.

Definitivamente o mundo não será o mesmo, o ganho de poder asiático migrará dos Americanos do Norte e da Europa, o que não implica concluir que essas duas forças serão despriveis. Vamos lembrar que o dólar continuará sendo a moeda do mundo, os EUA continuarão tendo o maior dos exércitos o que lhes confere uma ponte para se manterem na vanguarda quanto ao estado da arte em termos de tecnologia.

O Brasil é continental e periférico nesse cenário, força de pouca relevância no cenário mundial, o que não implica concluir que não tenhamos chances de nos tornarmos um país desenvolvido. Sim, temos chances e muitas.

O Brasil carrega nos ombros uma população de milhões de vulneráveis cuja solução deve ser encarada de frente, não é possível “to sweep under the rug”, ou seja, não é possível varrer para debaixo do tapete as mazelas. Por tal, defendemos nessa coluna uma “Renda Básica” e já descobrimos que os valores repassados para essa população retornam em grande parte para o próprio governo como impostos. Por favor, lutem para que os vulneráveis recebam um mínimo de dignidade humana. Essa massa é pacífica, mas há limites. Lembrando que a história mundial está repleta de ebulições geradas no tecido social esgarçado, uma camada que passa fome encontra na violência a saída para se alimentar. Façamos algo, doe algo, alimente um irmão.

Encarando o quadro crítico de milhões de brasileiros abaixo da linha da miséria daremos um enorme passo para nos posicionarmos no cenário mundial. O momento é esse. Por quê? Porque há um movimento das forças que regem a política planetária, depois da II guerra mundial nos arrastamos pela Guerra Fria até 1989 com a derretimento da União Soviética, e agora, presenciamos a quebra da hegemonia ou perda de poder dos EUA e Europa. É nas mudanças que as poucas chances aparecem. Se iremos aproveitar ou não, os historiadores escreverão. Sabemos que desde 1980 temos feito erros recorrentes.

Sim, o Brasil entrará em 2021 endividado, no entanto, endividado em Reais, o que é ótimo, se a dívida é conosco, ela está em casa e será muito mais simples equacionar, não devemos para os gringos e ao contrário possuímos gordas reservas cambias e somos credores do FMI. Essa foi uma mudança fundamental da posição brasileira que se arrastou deste a crise do petróleo nos meados dos anos setenta até 2003, hoje, estamos muito menos expostos as crises financeiras mundiais. Temos que manter esse duro ensinamento de não ter dívida dolarizada e manter o câmbio flutuante para as próximas gerações de brasileiros.

Obviamente possuímos um poder nas mãos de políticos que nos representam muito aquém de nossas necessidades, mas são mudanças que ocorrem lentamente. Sejamos otimistas. É preciso acreditar no Papai Noel, e ele juntamente com as cabeças pensantes desse país devem nos trazer um novo conceito sobre industrialização e convivência social.

O Brasil nunca teve um déficit fiscal tão enorme (na casa de 1 trilhão de reais) e a inflação está controlada e os juros estão controlados. Quem diria! Quem poderia afirmar isso antes da crise de 2008, ou seja, muitos livros de economia anteriores a 2008 sobre a teoria da moeda podem ser queimados.

O mundo mudou. A realidade mudou. Mudemos! O teto de gastos, por exemplo, chamemos ao debate os experts e lúcidos, não esperemos anos para avaliar os estragos de limitações pouco inteligente. Ou seja, a política fiscal deve ser responsável, mas não simplesmente olhar para o caixa, ela deve privilegiar o crescimento. Os caudatários de direita e da esquerda devem sofrer certo arrefecimento (já estão sofrendo) e a virtude estará postada no centro fora dos extremismos, acreditamos que esse deveria ser o caminho a ser seguido pelo Brasil.

Finalizo lembrando o quanto gosto de um bom chocolate, quando inicio a missão de devorá-lo vou até o final e saboreio o último pedaço já pensando no próximo que será adquirido. Desejo que esse natal de 2020 seja assim, deixe um gostinho de “quero mais”.

Feliz natal a Todos, e que o Papai Noel nos traga os presentes certos no Natal de 2020.

 

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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