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Da porteira para fora (245) – Jornal Tribuna Liberal de 06/02/2022– Mudanças 3!

Recebemos uma pergunta sobre o tema que estamos desenvolvendo – Mudanças Organizacionais! As pessoas não possuem perfis idênticos, como coadunar perfis diferentes de pessoas com as mudanças necessárias à organização? Sim, os perfis dos profissionais variam, e isso é muito bom.

Suponha um candidato ao cargo de prefeito numa eleição municipal. Suponha que ele já tenha exercido esse cargo em outro período e agora, afastado, ele se candidata novamente ao cargo.

Obviamente ele conhece as etapas de uma campanha política, irá buscar se cercar de pessoas alinhadas com ele e rapidamente as reuniões fluirão. Observe que as pessoas que participam dessas reuniões possuem seu interesse próprio, mas todas desejam que o candidato vença, estão todos alinhados.

O candidato por sua vez se cercou de gente que pensa igual a ele e o convívio é harmonioso até o resultado das eleições em que o veredito é uma derrota avassaladora. Mas, como isso pode acontecer? Fraude? Não, poderíamos suspeitar de fraudes decorrente de diferença mínima de votos e não foi o caso. Então, qual foi o erro? O erro foi criar uma bolha e se cercar de gente com o mesmo “jeitão” de pensar sobre os problemas que se apresentam, ou seja, se todos pensam de maneira análoga as soluções devem seguir um caminho similar.

Sabemos que a liderança no século XXI evoluiu de comando e controle para conquista e engajamento, para tal é preciso ter diversidade de pensamentos na equipe de sorte que outros caminhos sejam analisados, é preciso que as pessoas do time, antes de expressar qualquer opinião tenham praticado o que está escrito na entrada do templo de Delfos “Conhece-te a ti mesmo” o que estimulava os gregos antigos à reflexão.

Para conhecer a si próprio podemos escolher algumas ferramentas disponíveis no mercado ou contratar uma psicóloga(o) que possa equacionar no papel o nosso perfil. Conhecendo o nosso perfil iremos entender que existe gente diferente e isso absolutamente não significa que eles sejam melhores ou piores, eles são diferentes. Obviamente existem características predominantes em cada um de nós, ninguém é 100 % isso ou 100% aquilo. Mas, provavelmente diante de um mesmo problema, uns sejam mais condescendentes, outros mais pragmáticos etc. Carl Jung estudou o tema e nos deixou um legado. Caso haja interesse em fazer um teste desse tipo e não contratar uma psicóloga(o) existem instituições renomadas que disponibilizam alguns questionários qualificados e sem custos, ex.; Big Five, MBTI, PPA (DISC), IBC etc.

Os comerciais das empresas deveriam ser os primeiros a saber responder sobre seus respectivos perfis e como eles se relacionam com pessoas de diferentes perfis, deveriam saber identificar os perfis das pessoas com quem estão negociando, assim, saberiam com antecedência quais são seus pontos fortes e quais são seus pontos fracos. Infelizmente, esses profissionais não se dedicam ao tema como deveriam e geralmente fazem bons negócios com perfis de pessoas similares aos seus, o que é comprovado por estudos científicos.

Todos os modelos que caracterizam o tipos psicológicos das pessoas são reducionistas, portanto, o erro na avaliação sempre estará presente. Ponto. No entanto, é possível construir uma visão muito aproximada de como a pessoa se comportará diante de diferentes situações dentro de uma organização.

Voltemos a questão: -As pessoas não possuem perfis idênticos, como coadunar perfis diferentes com as mudanças? Sim, pessoas diferentes observam os problemas de maneira diferente o que  pode contribuir em muito para solucioná-los, vimos isso nos parágrafos anteriores.

Agora, suponhamos que estejamos exercendo o cargo de Comandante Geral das Forças Armadas, e todos abaixo de nós são militares criativos, pensam fora da caixa e avaliam possibilidades que não são óbvias. Como será exercida a nossa liderança? Estamos diante de pessoas inteligentes que pensam de maneira diferente. Que tal, e o nosso desempenho? Nosso desempenho como Comandante Geral será um desastre. Por quê? Porque as forças armadas possuem funções muito claras discriminadas na nossa constituição de 1988. Ponto. A tropa não está ali para discutir o propósito da organização, os novos rumos etc. Está ali para produzir bons resultados quando o problema aparece e de forma rápida e pragmática.

Então, percebemos que os liderados devem ter perfis que se adequam ao propósito da empresa, se isso não ocorre eles foram erradamente contratados para essas posições pela liderança. Podemos comparar o exemplo das forças armadas a uma indústria que terá maiores lucros quanto mais produz e com menor custo operacional. Portanto, essa indústria deverá contratar profissionais com o perfil de soldados. Ela deverá ter em seu DNA a hierarquização, isso de modo algum diminui o valor dessas pessoas. Agora, será que todos dentro dessa indústria deverão ter essa cultura?

Imaginemos que essa mesma indústria  possua diversos departamentos e um deles, um laboratório que desenvolve novos produtos e serviços, gente com doutorado e antenada com o estado da arte em termos de tecnologia. Como deverá ser a liderança desse departamento? E o CEO dessa empresa deverá ter o mesma linha de ação que dedica ao time da produção? Qual o perfil ideal para o CEO dessa empresa? Por aqui percebe-se que a função de um CEO é cada vez mais complexa, felizmente outros já passaram por essa estrada e visitar o passado pode nos ajudar a conduzir o presente.

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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