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Da porteira para fora (297) – Jornal Tribuna Liberal de 05/02/2023 – E, o nosso trabalho?

As pessoas discutem sobre o futuro do trabalho, pronunciam termos em inglês e estão conscientes de que mudanças estão ocorrendo.

Escritórios já operam em regime híbrido e cada vez mais os trabalhadores (que podem) sonham com o “home office”, a diversidade está na pauta do dia, a inclusão social ganha status, robôs eliminam papel e proximamente substituirão os caixas de supermercados, o 5G já chegou na Avenida Paulista – o volume de dados atingirá a exosfera, o trabalho remoto proliferou durante a pandemia e agora retorna ao presencial num porcentual inferior ao pré pandêmico – pesquisas indicam que em breve irá ultrapassar o período pré-pandemia, as reuniões via Web economizam tempo e dinheiro – o Zoom é concorrente direto da GOL, as pessoas estão comprando ovos e plantas pela internet, os retornos aos médicos cada vez mais se restringem a casos esporádicos já que a telemedicina veio para ficar, os bancos querem ver somente o dinheiro de seus clientes e não os clientes, os óculos de realidade virtual concorrem com agências de turismo sem nenhum pudor, os deliveries ceifaram parte dos trabalhos domésticos  e todos concluem que sem dados confiáveis as decisões serão ineficazes.

 

Sim, estamos na era do Data Science, no entanto, basta parar o veículo no semáforo e alguém irá lhe vender ou pedir algo. Êita mundo incongruente e desajuizado.

A pandemia acelerou mudanças no mundo do trabalho, estamos todos em movimento de transição. A ciência, a tecnologia, a engenharia, a matemática, estão escalando, enquanto serviços rotineiros, operários que operam máquinas, serviços gerais em escritórios estão em declínio.

Recentemente escrevi um ensaio sobre a implantação do B2B para uma usina de açúcar, a conclusão pode ser extrapolada para outros segmentos, o gestor brasileiro ainda consegue mão de obra barata e posterga o quanto pode a imersão no comércio eletrônico e na economia verde enquanto o governo proteger certos mercados continuaremos seguindo esse cortejo. Uma solução para o Brasil é modernizar a indústria com o auxílio do governo, no entanto, exigindo contrapartidas. Obviamente não se trata de uma formatação simples e o simples deu lugar ao complexo nesse século XXI.

Os planejadores estratégicos devem estar atentos, vejamos, por exemplo, as creches, ouve-se:- Há necessidade de mais vagas a fim de abrigar as crianças brasileiras que nascem. Então, o IBGE que deve soltar o censo em março de 2023 nos alertará para o crescente número de idosos, ou seja, os novos projetos de creches já devem contemplar a reversibilidade para clínica de anciãos já que eles se tornam cada vez mais numerosos. E os idosos abrem espaço para novos mercados de trabalho, como: enfermagem, cuidados com a saúde, demanda por equipamentos de audição, do coração etc., abrem espaço para os professores conectados a temas da saúde e bem-estar. Até a prostituição que no século XX era tida como algo que habitava o campo da perversão e desonra migra paulatinamente para o segmento do lazer.

Entender o que está acontecendo é vital para a sobrevivência das empresas e dos profissionais. As dúvidas permeiam a cabeça de todos. Como instruir uma criança que ao nascer hoje, viverá 100 anos? Se os adultos encontram-se cercando frango, sem direção, qual a mensagem deve elaborar para os pequeninos?

O trabalho remoto não é o Santo Graal, sabemos que da interação entre humanos brotam novas ideias, novos conceitos, e sem ela enfraquecemos o tão divulgado conceito de “feedback”. As vendas em geral caminham para o B2C e o B2B, no entanto, se criamos uma linha divisória imaginária entre vendas e negociação, as negociações atravessarão o século XXI ganhando importância.

A conectividade entre humanos e entre máquinas continuará na pauta. A regra é não ter regras, cada caso é um caso e carece de soluções eficientes e eficazes. Os executivos migram rapidamente da posição de comando & controle para a clareza de objetivos, para o cargo de mestre, de educador, de formador de opinião e de orientador. Na prática o profissional se desenvolve ou dentro de sua área de atuação ou em áreas de requalificação, a vida é um grande lego onde as peças gradativamente vão se encaixando. As duas palavrinhas em inglês que devem virar moda são upskilling (aprendizagem vertical) e reskilling (aprendizagem horizontal).

Conclusão: acredite no Zeca Pagodinho “Deixa a vida me levar. Oh vida, leva eu!”? E qualquer cartomante verá nuvens escuras à sua frente.

 

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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