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Da porteira para fora (77p) – Jornal Tribuna Liberal de 18/11/2018 – OBZ e OBH 2.

Vimos no artigo anterior que o OBH é o Orçamento Base Histórico, o OBZ é o Orçamento Base Zero.

OBH

O OBH é o mais comum de ser implantado, se verifica o que foi gasto no exercício anterior, se coloca uma pequena margem para embutir inflação & outros e, as apropriações estarão planejadas. Ou seja, temos algo real ocorrido e partimos dali. Normalmente essa alocação é feita por duas letrinhas inventadas por P. Drucker após a II Guerra Mundial, o CC – Centro de Custo. A empresa é dividida em CC – Centros de Custos e os valores são ali alocados. Essa invenção de o sr. Peter Drucker foi maior do que ele, embora, ele tenha se arrependido de ter criado essa sigla, a tal sigla se proliferou como vírus e, mesmo que no da fim da vida o sr. Drucker tentasse mudá-la para Centro de Custo e Receita, já era tarde. O motivo é simples, nenhuma empresa sobrevive somente com CC.

O OBH após os devidos ajustes é aceito como um dogma e a empresa parte para um novo ano fiscal, a grande maioria começa em janeiro, mas não é regra para todas as empresas. Observe que não há uma verificação do tipo: Precisamos mesmo desse investimento? Há necessidade desta despesa? Podemos diminuir essas perdas? Muitas vezes como a empresa é de porte grande, os gestores sabem de suas reais necessidades e, driblam o orçamento remanejando valores de sorte que não ultrapassem o valor final aprovado.

OBZ

O conceito OBZ é dirigido como se estivéssemos iniciando uma nova atividade e tudo será questionado com base na velha equação dos Gastos = Custos + Despesas + Perdas. Assim, tudo é colocado em “check”, iremos desconstruir o passado, nos reinventar, nos tornarmos mais competitivos, repensar cada processo como ele poderia ser melhorado, eleger novas prioridades para ter uma visão do ponto de vista do cliente, ter ciência que todos no grupo conhecem o nosso propósito, o propósito da empresa, porque estamos aqui e qual o legado queremos deixar para a sociedade.

Vale mencionar que toda empresa de perfil comercial deseja ter lucro, assim, essa não é a nossa missão, nossa missão deve ser algo muito maior, sim, que nos deixará com lucros no caixa, mas como consequência de nosso servir.

O OBZ parte da alta gerência, trata-se de ação no plano estratégico, a partir daí teremos a gestão que irá implementar as táticas alinhadas com as estratégicas.

No artigo anterior mencionamos vantagens e desvantagens dessas abordagens, assim, dizer que OBZ é melhor que o OBH, ou vice-versa não é correto. Implantar o OBZ é trabalhoso, por outro lado confiar anos e anos no OBH pode nos levar a erros grosseiros. Atualmente com as mudanças abruptas de tecnologia o OBZ ganha importância, pois, tudo pode ser substituído por outras formas de se fazer ou executar, caberá ao líder avaliar o que é melhor para o seu negócio. Um exemplo típico é a comercialização de produtos e serviços que até outro dia não dispunham da Internet, do e-commerce, das facilidades do mobile, da inteligência artificial, dos avanços da indústria 4.0, das informações mais precisas sobre o perfil do cliente, etc.

O que nos parece interessante e lucrativo no método OBZ é que há uma atenção maior voltada aos custos capilares, ou seja, o “proprietário” do centro de custo e receita ganha relevância, enquanto no método OBH os departamentos centralizados ficam com o ônus de ajustes nos orçamentos, tornando os números mais impessoais e frios. Quando nomeamos duas pessoas para tomar conta de um determinado cachorro é mais difícil que ele morra de fome. Ou se preferir, coloque dois relógios no seu pulso e você nunca saberá a hora correta.

Uma outra crítica ao OBH é a inércia, o status quo, tudo tende a ser mantido como está, já que o ser humano é avesso a mudanças. Assim, contratos com subfornecedores são perpetuados.

Um aspecto importante do OBZ é a construção colaborativa do orçamento, todos se sentem participantes e cúmplices dos processos.

Por fim, nos parece que a virtude sempre é o ponto médio entre dois vícios, então, que tal aplicar o OBH durante três anos e zerar o cronômetro iniciando do zero com o OBZ no quarto ano? (Continua na próxima semana).

 

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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