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Da porteira para fora (85) – Jornal Tribuna Liberal de 13/01/2019 – OBZ e OBH 9.

Comentamos em artigos anteriores que o presidente da empresa deve colocar especial atenção nas contas mais robustas, aquelas que causam impacto direto no resultado da empresa. No entanto, há outras variáveis que devem receber sua atenção, as missões cujos prazos são curtos, e as missões complexas.

Sim, cada conta, ou grupo de contas deve ter um “proprietário” único, e será ele o responsável pelo cumprimento dos orçamentos. Todavia, a gestão deve estar alerta para evitar surpresas pouco agradáveis. Os resultados devem ser acompanhados, a evolução dos números deve ser transparente, e ao pequeno sinal de desvios ações devem ser estudadas e colocadas em prática.

Escrever esse procedimento é fácil, tomar as ações e fazê-las serem cumpridas é uma missão árdua, principalmente no Brasil, onde a maioria dos colaboradores possuem uma cultura sedimentada no paternalismo. Isso está mudando, uma janelinha foi aberta, por exemplo, com o trabalho intermitente colocado em novembro de 2018 pela reforma trabalhista. Todavia, é um trabalho de longo prazo até os colaboradores entenderem que estamos todos no mesmo barco e, o timoneiro ou proprietário muitas vezes numa situação mais delicada, já que responde por tudo.

O assistencialismo mostrou-se ao longo de gerações que não é sustentável, é preciso produzir, atender a um desejo ou satisfazer uma tarefa de um determinado cliente.

Gestão/Governança.

Nosso plano orçamentário para 2019 foi aprovado. Agora, é segui-lo. E quer queiram ou não os tripulantes, é preciso disciplina, muita disciplina. Reuniões firmes, proveitosas, assertivas. Ali deve-se falar com critério o que se pensa, afinal estaremos entre amigos, somos um time com objetivo comum.

Essas reuniões não devem ser intermináveis, mas demandam algum tempo para enxergar os problemas sob outros aspectos, o mundo muda a velocidade estonteante, então, o “brainstorming” se faz necessário, novas visões devem ser consideradas e, mesmo que sejam ideias ridículas podem ser um passo importante para algo brilhante. Recentemente o Papa Francisco autorizou a prática do exorcismo pelos membros da igreja através do telefone, e aí? Falar que a sobrancelha é o bigode do olho, pode não ser tão absurdo.

 

Mídia Interna.

A participação da equipe de elaboração dos orçamentos e sua conscientização sobre a situação da empresa nos conduz ao próximo passo que é a disseminação desses números e dessas estratégias. Aqui, o marketing interno ganha relevância e, deve atuar para que todos estejam na mesma frequência.  O marketing deve criar um plano de ação interno para divulgação do orçamento. Se todos sabem o que queremos, aonde queremos chegar, nossas possibilidades e propósitos, nossas chances de atingirmos as metas aumentam. Lembrando que os mercados que atuamos hoje, são muito mais competitivos que no passado e o futuro se mostra ainda mais duro. Essa comunicação deve ser previamente estudada para que não gere ruídos no time e nos escalões inferiores, todas as informações devem ser niveladas para não se gerar “panelinhas”.

Sugestões para essa divulgação.

  1. Propósito, temos que bater nessa tecla. Por que existimos? O que queremos agregar de valor ao cliente final? O marketing deve mostrar como fazemos isso, pode ser num diagrama de bloco, ou algo mais lúdico para que todos entendam. Mas, esse é sempre o ponto de partida, às vezes, quando a organização está prestes a tomar decisões importantes, é sempre bom retornar ao propósito da empresa, assim, não iremos nos perder em nossa missão.
  2. A matriz SWOT/PESTEL já explicitada nesta coluna deve ser chamada a bailar pelo marketing, explicitando nossos pontos fortes, nossas características únicas perante ao mercado, o alinhamento do orçamento e as metas da empresa.
  3. Disseminar junto ao grupo as metas, e os bônus por atingi-las. Sabemos que para manter um time unido e motivado algumas variáveis são importantes, são elas:
    1. boa remuneração em relação ao mercado,
    2. promoções honestas e inquestionáveis por merecimento,
    3. envolvimentos com as decisões da empresa,
    4. desafios tangíveis e criteriosamente monitorados,
    5. apoio aos funcionários ou membros da equipe,
    6. compreensão quanto a flexibilidade de horários,
    7. colaboradores que se sentem capacitados e valorizados,
    8. participantes de uma equipe de ponta, de uma equipe ganhadora,
    9. chefia não comandada por chefetes.
  4. O marketing deve definir os canais que irá se comunicar com o público interno, se for a intranet, que se saiba exatamente onde estarão os dados do orçamento. E que se saiba, onde estamos em relação ao orçamento definido para o ano.
  5. Se for interessante devemos criar um personagem para disseminar o orçamento e, por meio dele são informados os relatórios de “follow up”, os desvios, os comunicados, etc.
  6. As comunicações devem ser regulares, assim, o time aprende a esperar e acompanhar.
  7. O marketing deve ter em mente o seu público interno, ou seja, as mensagens devem atingir desde a mais alta gerência até aquele que executa os serviços de “office boy”. Todos devem ter a percepção de valor nas mensagens.
  8. Os responsáveis pelo cumprimento dos orçamentos devem alimentar o marketing com números e informações comprováveis. Transparência, precisão e regularidade é o nome desse jogo. (continua na próxima semana).

 

 

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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