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Da porteira para fora (197) – Jornal Tribuna Liberal de 14/03/2021– A Pandemia.

Escutamos muitas reclamações & lamentações diárias sobre a pandemia que nos assola. A maioria são verdadeiras e nossa geração nunca havia passado por tamanha catástrofe.

Alguns estudos demonstram que somente uma pequena parcela dos trabalhadores, algo inferior a 25%, podem ou poderão desenvolver suas atividades em “home office”, e mesmo assim sabemos que a criatividade estará prejudicada, pois, uma das variáveis que influenciam a criatividade humana é justamente o contato com seus pares.

Profissões relacionadas à econômica do cuidado como manicures, cabeleireiros, garçons, cozinheiros, cuidadoras, serviços domésticos etc. sofreram duramente e por consequência as mulheres, por estatísticas comprovadas, perderam empregos e deveriam receber atenção especial do governo através de políticas públicas especificas, pois, não há como esses profissionais sobreviverem e, não é segredo para ninguém que mais de 10 milhões de brasileiros passam fome nesse início de 2021. Hoje, temos cerca de 11 milhões de mulheres no Brasil que cuidam de seus filhos sem a presença do pai e com a perda da renda o tema é dramático.

No entanto, não é verdade que em casa, uma parcela dessas pessoas nada podem fazer! Essa resposta serve de muleta para muitas mentes preguiçosas.

O mundo sofreu outras epidemias, podemos buscar no passado o que aconteceu nesses tempos remotos, num exemplo, a peste bubônica transmitida através da mordida de ratos e picadas de pulgas. Os sintomas iniciais são similares a uma gripezinha, mas após alguns dias a infecção se instala atacando os gânglios.

A falta de tratamento levava a óbito um porcentual elevado de seres humanos, algo entre 30% e 90%, como se trata de uma bactéria o tratamento atual é feito através de antibióticos. A penicilina, talvez, o antibiótico mais famoso foi descoberto pelo médico escocês dr. Alexander Fleming em 1928. Os antibióticos tiveram um boom entre 1940 e 1960.

O mundo já se submeteu a diversas ondas da peste bubônica, no entanto, aqui nos interessa especialmente a de 1665. Conhecida como a Grande Praga teve como um de seus maiores cronistas o sr. Samuel Pepys, que ali na Inglaterra cultivou um diário sobre a crise. Os ingleses acreditavam que estavam diante do apocalipse, e ao caminhar pelas ruas de Londres era comum tropeçar em corpos. Ele escreveu “Essa doença nos torna mais cruéis uns com os outros do que se fossemos cães”. Nessa época foram feitos experimentos como distanciamento social, esterilização e quarentenas. Ou seja, as ações preventivas de hoje são antigas e funcionam.

Algumas famílias mais abastardas fugiram de Londres para casas de campo, dentre elas a família de Isaac Newton. E, assim, Newton foi para essa casa de campo e mesmo no campo os moradores locais não aceitavam os turistas londrinos uma vez que eles podiam trazer os maus presságios, no final de 1666 a peste começou a recuar e o sr. Pepys sobreviveu a essa catástrofe.

Esses dois anos foram na visão de Isaac Newton, maravilhosos. Bem, ele simplesmente inventou o cálculo diferencial e com esse arcabouço partiu para desenvolver teorias relacionadas ao movimento de corpos que mais tarde se tornariam leis da física.

Além disso trabalhou e avançou em outros temas, como a teoria das cores, propriedades físicas da luz e a conclusão de que a luz branca é a combinação de todas as demais cores, deduziu as forças que mantém os planetas em órbita e outras “cositas”, hoje, conhecemos o movimento dos planetas, a trajetória de asteroides e como surgem as marés graças a esse dois anos de quarentena de Newton.

Enfim, para muitas pessoas a pandemia pode ser produtiva, não é simples e esforços extras se fazem necessários.

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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