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Da porteira para fora (143) – Jornal Tribuna Liberal de 23/02/2020 – Alimentos!

O Brasil irá alimentar o mundo?

É interessante observar como o progresso das nações mais desenvolvidas é pouco percebido por nós, brasileiros.

Observe um fulano qualquer, aqui mesmo, que começa ter um nível de entrada financeira mensal significativa em sua conta bancária. Digamos, o fulano recebia R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês e passa a receber R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais por mês). Será que o padrão de consumo desse mesmo fulano será o mesmo? Será que os vinhos que ele eventualmente bebia quando a renda era R$ 5.000,00 são das mesmas vinícolas de quando a entrada passou a 50.000,00? Será que existe alguma diferença de qualidade numa garrafa de vinho de R$ 30,00 (trinta reais) e outra de R$ 300,00 (trezentos reais)? Será que nós, seres humanos normais, se pudéssemos escolher entre ir trabalhar de Fiat 147 ou Mercedes GLA SUV, escolheríamos FIAT 147 por que não damos importância ao veículo que nos transporta?

Agora, pensemos no Brasil como nação, a renda per capita se arrasta e diminui, o crescimento populacional acompanha, e o crescimento econômico patina (está melhorando vagarosamente). Do outro lado da mesa temos nossos potenciais clientes, os Americanos do Norte cuja renda per capita cresce, ou se preferirmos pensemos nos europeus, lá temos um baixo crescimento populacional e um bom crescimento da renda per capita. Ou pensemos no Leste Asiático, há um crescimento populacional acompanhado de um fortíssimo crescimento da renda per capita. Se mencionarmos o Sul da Ásia o crescimento populacional e econômico cresce e contribui fortemente para o crescimento mundial.

Mesmo a África que está diante de um crescimento populacional tem apresentado o terceiro maior crescimento de renda per capita, embora, ali a demanda deve se manter focada em insumos e bens de consumo.

Então, se América Latina em geral não cresce (crescimento baixo) economicamente e tão pouco o populacional, mesmo que do outro lado de nossas fronteiras os números de compra sejam muito atraentes, não podemos desprezar o fato de nossos vizinhos além-mar estarem ficando cada vez mais ricos, e por consequência mais exigentes, mais sofisticados. Num paralelo a renda deles está passando para os $ 50.000,00 e mesmo o lixo desse pessoal não é mais o mesmo de quando a renda era de $ 5.000,00 reais.

Essa nova população de bom poder aquisitivo e baixo crescimento populacional busca conforto, tecnologia, prazeres, o que será cada vez mais difícil encontrar em países de baixa renda per capita. Ou seja, há e haverá um distanciando dessas populações e pouca ou nenhuma atratividade pelos produtos e serviços produzidos por países estagnados.

É comum numa conversa de bar o fulano comentar: Estive em Cuba no período do Fidel, eu queria sentir na pele o cotidiano daquele povo, visitar as periferias, foi uma viagem inesquecível. E aí você pergunta: Você comprou algo? E ele diz: não, eu não fumo charutos, mas eles são bons nisso. E o intercâmbio comercial termina aqui. Agora, pergunte para alguém que foi a Miami, Las Vegas, Paris, Roma, Tóquio, Hong Kong, se ele visitou as periferias dessas cidades? O que achou? E, se ele conseguiu sair de lá sem nada na mala? E, pergunte se ele pretende voltar?

E a alimentação? Somos o celeiro do mundo? Temos muita terra e muita água, o mundo depende de nós! Vejamos as recentes experiências bem-sucedidas de plantações verticais, edifícios com andares repletos de prateleiras e pequenas plantinhas, verduras, legumes, frutas, grãos etc. dos mais variados tipos. Ahh, mas é extremante custoso!!! São necessários prateleiras, iluminação, construções etc.!!!! Eles nunca irão conseguir fazer frente a países abençoados pelo sol e pelo clima!!! Será?

Minha avó criava frangos no quintal. Crie, hoje, uma única galinha no quintal, coloque numa planilha Excel quanto irá lhe custar o quilo dessa carne e compare com um frango criado em Santa Catarina e vendido na porta de sua casa, já limpo. Será uma experiência interessante!!!

Esses projetos verticais seguem firme mundo a fora, a inviabilidade financeira atual começa comendo o mercado pelas beiradas. Exemplo, o que iremos plantar na Antártida? Ou, em lugares desérticos levaremos até lá um pé de alface produzido num país tropical? É isso, os valores da produção caem e quando os abençoados por Deus acordam, já era! O mundo mudou, os proprietários de telefone fixo podem descartá-lo, o mundo mudou, e muda rápido e, não estamos enxergando!

 

(Leia a matéria anterior)

 

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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