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Da porteira para fora (156) – Jornal Tribuna Liberal de 24/05/2020 – IKIGAI.

Manter-se numa rotina sem propósito ou praticar um propósito condenável nos levará ao caos. O poeta e escritor Ernest Hemingway escreveu: Como você foi à falência? Há dois caminhos a percorrer. Primeiro gradualmente e, então, rapidamente.

Saia da mesa com um pouco de fome, ou seja, ao se alimentar não coma até se empanturrar, deixe um pequeno espaço no seu estomago para o organismo trabalhar com certa folga, não o sobrecarregue. Que tal? Encara? A mudança de trajeto quando caminhamos para a falência financeira ou mesmo a falência de nossos órgãos é complexa, pois estamos treinados por nós mesmos a nos encarcerarmos dentro de práxis.

Essa ação de sair da mesa com um pouco de fome seria uma mudança de paradigma, uma reflexão que pode ser feita atualmente de sorte a mudarmos regras básicas de comportamento. Esse comportamento é típico da população de Okinawa uma região japonesa formada por dezenas de ilhas e uma delas também leva o nome de Okinawa, palco de sangrenta batalha na 2ª guerra mundial.

Vejamos, vamos relembrar o fato de Okinawa ter sido invadida pelos Estados Unido com o objetivo de ser usada como base para invasão do Japão. A batalha deixou um saldo de mortos durante 82 dias sangrentos, 12.510 Norte-americanos e 95.000 soldados do império.  Especialmente Okinawa brota em nossas mentes em meio a pandemia do Covid-19 porque esse povo nos traz ensinamentos preciosos, eles seguem por lá atingindo vidas centenárias e felizes, sem rancores.

O que faz desse povo pessoas felizes e longevas? Pequenos hábitos que nós do ocidente e principalmente do Brasil damos de ombros e nos recusamos a pelo menos estudar e implantar aquilo que poderia nos fazer o bem.

É interessante observar que quando lemos livros na era moderna sobre hábitos e como mudá-los, o grande conselho que esses “Best Sellers” nos fornecem são pequenos truques ou gatilhos para que nosso comportamento mude. Esses livros são vendidos e se espalham como vírus, palestras sobre o tema são caríssimas e frequentadas por pessoas privilegiadas, elogios são tecidos nas rodas de café e as nossas rotinas em nada são impactadas. Em Okinawa seus moradores locais proferem um mantra antes e depois das refeições: “A barriga a 80%”. Não é preciso fazer um MBA para praticar esse mantra.

Hoje, quando os jornais televisivos mostram as COVID-19 vinte e quatro horas por dia é interessante observar como as pessoas esperam ansiosamente o retorno de suas rotinas ao normal. No entanto, há uma passividade do povo brasileiro e de seus dirigentes em todos os níveis. Ou pior, são tomadas decisões em direções opostas e a todo instante.

Vejamos o exemplo de Hong Kong, uma região administrativa especial coordenada a distância pela China. A população de pouco mais de 7 milhões de habitantes ocupava os jornais televisivos antes do Corona. As pessoas nas ruas em passeatas brigando contra a influência da China, clamando por independência e condenando as ações pró-China de sua comandante maior a sra. Carrie Lam.

Hong Kong não é exatamente um local pacífico, os interesses nesse pedaço de terra que é um dos maiores centros financeiros do planeta vêm de longa data. Agora, o que fez a população diante do vírus? Se uniu via aplicativo. Vamos lembrar que no final de década de 60 a gripe de Hong Kong matou mais de 1 milhão de pessoas. O ponto aqui é, a população se uniu, tomou as medidas necessárias, escanteou o governo e segue atualmente regras rígidas como a utilização de máscaras e o distanciamento. Os aplicativos que outrora convocavam para as passeatas uniram o povo em ações direcionadas e eficazes.

Há uma linha mestra que une a reação das pessoas de Hong Kong, e as de Okinawa, é o IKIGAI.

Provavelmente o segredo dessas populações está na prática do IKIGAI. Relembrando, o IKIGAI é uma mandala para uma vida com significado alinhada com seus objetivos e desejos. O conceito é unir a vida profissional e a pessoal de forma harmoniosa. Para tal o sujeito deve fazer suas escolhas diante de 4 grandes perguntas:

 

 

 

 

Por fim, o óbvio: Se esperarmos uma solução, ela não virá. No entanto, se cada um de nós nos movermos na direção correta, seguindo nosso próprio IKIGAI, sim, ela virá.

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Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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