Bretton Woods.
Sim, o acordo de Bretton Woods no finalzinho da II Guerra Mundial foi muito importante. O prof. Leandro Karnal escreveu: “Mesmo antes do fim do conflito, os EUA planejaram uma ordem econômica pós-guerra, na qual o país poderia conquistar novos mercados e expandir oportunidades por meio de investimento estrangeiros sem restrições ao fluxo de capital e bens”. Os EUA adotaram a política do desenvolvimento através de investimentos nos países arrasados pela II Guerra, e através da dependência financeira miravam alcançar a dominação do capitalismo, enquanto a URSS partiu para a dominação ideológica através da força.
É isso aí, planejamento, e em tempos de guerra. Os americanos do Norte já enxergavam longe, não queriam saber de restrições ao seu capital e queriam explorar outros mercados sem ser pela guerra. E ele continua: “Em 1944, negociações entre Inglaterra e EUA culminara na fundação do Sistema Bretton Woods para manejar a economia internacional. Incluíram o Fundo Monetário Internacional (FMI), instituído em 1945 para regular trocas financeiras internacionais sob o dólar americano, e o Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento (hoje, Banco Mundial), para promover investimentos estrangeiros e a reconstrução de economias destruídas pela guerra. O grande poder econômico e político dos EUA, depois da guerra, fez com que essas duas instituições mantivessem os interesses econômicos americanos em primeiro plano e pelas quatro décadas seguintes”.
Pois é, aí vem o sr. Donald Trump e diz que o mundo e os parceiros não estão respeitando os direitos americanos e que a América será forte outa vez. Que tal?
E o FMI?
Quanto ao FMI – Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial em 2017, na reunião anual de cúpula realizada em Washington o foco foi a recuperação do mercado global. E neste aspecto vale relembrar algumas frases da Diretora-gerente do Fundo a sra. Christine Lagarde, ela afirmou pontos dignos de nota e bons para o Brasil, vamos lá: “Mas a retomada da economia mundial não está completa” isso devido ao fato que 47 países estão com seus respectivos PIBs em queda. “Defendemos como primeira prioridade assegurar a recuperação da economia mundial”. “Não é tempo para ser complacente e é preciso adotar políticas para crescimento sustentável”. “Há potencial de riscos de apertos em mercados financeiros e que podem gerar fuga de capitais”. “Precisamos assegurar expansão de comércio mundial para ajudar a economia global”. “Acordos comerciais devem sempre ter mudanças para facilitar o comércio de países”. “Controles de riscos financeiros na China serão bem-vindo”. “..espera que o Brexit seja concluído com rapidez para reduzir incertezas”. Pois é, essa política é antagônica ao que ocorreu no entre guerras e gerou a II Guerra Mundial, precisamos mesmo de povos que atuem de modo coeso e uníssono, que o comércio internacional seja incrementado e que as diferenças sociais entre as nações sejam diminuídas. O Planeta Terra não é nada diante do universo, é preciso união dos humanos para galgarmos estágios superiores de tecnologia e desenvolvimento.
O Banco Central Brasileiro.
O Brasil possui um Banco Central que além de outras atividades controla a quantidade de moedas que entram e saem do País. Funciona mais ou menos assim, se você compra algo no exterior, irá precisar de dólares, primeiro você paga o Banco Central em reais, fechando o câmbio, e na sequência o Banco Central paga seu fornecedor no exterior em dólares. A princípio esse modelo deveria funcionar sem tropeços. Os dólares que estão armazenados no Banco Central são provenientes da operação reversa, ou seja, se você exporta, o Banco Central irá receber os dólares do importador de fora e pagar aqui o exportador em reais.
Agora, se o Brasil, mais importa do que exporta, o Banco Central terá que emprestar dólares para pagar fornecedores, mas, se o mercado estiver estável, e os dólares estiverem disponíveis no exterior não haverá grandes problemas.
Então, qual é o problema?
Como temos visto, não somos confiáveis, já em inúmeras vezes deixamos de cumprir compromissos, então quem está do outro lado da fronteira emprestando exige mais garantias e maiores juros.
Vamos citar episódios marcantes, por exemplo, em 1973 com na 1ª crise do petróleo, o Brasil grande importador desse produto ficou com um déficit em dólares, e pior como os dólares estavam escassos, os juros em dólares subiram, resultado: dívida externa.
Como não aprendemos com nossos erros, em 1979 veio um novo choque nos preços para os barris de petróleo e a dívida estourou. Consequência, se já estávamos mal das pernas, ficamos também mal dos braços e da cabeça. Resultado, fomos arrumar a casa lá na frente, em 1994! É mole?
Obviamente economistas ou mesmo historiadores irão criticar o Dr Zero Cost, crises não são frutos de um único evento. É verdade, mas sempre há a cereja do bolo, aquela que caracteriza a crise. Os fatos decorrentes de mau planejamento deixam uma conta para ser paga e as pessoas pobres que vivem nesses países sempre sofrem mais e não foi diferente para a América Latina no caso das crises do petróleo, desembocando numa dívida externa enorme, onde o primeiro a implodir foi o México em 1982 através da declaração da moratória para a dívida externa. Ou seja: Não tenho como pagar: sorry. E aí é aquele Bumba-Meu-Boi, alta do desemprego, queda da renda, volta do dragão da inflação.
Muitos países buscaram nacionalizar alguns produtos importados e miraram na exportação para fazer caixa, e muitos criticam o governo militar nesta fase, por quê? Porque eles poderiam ter substituído em grande parte o petróleo em 1973, e estarem melhores preparados para a nova porrada de 1979. Essas estratégias eram na sua maioria acompanhadas pelo FMI – Fundo Monetário Internacional guardião da ordem econômica mundial, e nem sempre suas recomendações deram certo. A função do FMI era e é basicamente prover auxílio aos países que por alguma razão estejam com as contas externas em dificuldades.
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