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Da porteira para fora (278) – Jornal Tribuna Liberal de 25/09/2022– Criatividade.

Analisemos a palavra saudades que todos comentam só existir na língua portuguesa, em inglês podemos dizer:- I miss you., (Eu sinto falta de você). Muito provavelmente não seja o mesmo significado de:-Eu tenho saudades de você. Pois é, mas será que um americano do Norte não sente saudades como os brasileiros? Será que um americano do Norte vive pior por não possuir a palavra saudades no dicionário? Claro que não, eles sentem saudades tanto quanto nós.

Pensemos na palavra “chato”, não me refiro àquilo que tem uma superfície plana, ou talvez, quase plana, refiro-me a pessoa estreita de mentalidade. A palavra “chato” deve ter sido inventada por um “chato”. Inventada é a forma correta, pois sabemos que nossos ancestrais iniciaram a comunicação através de grunhidos, naqueles tempos não existia a palavra “chato”. Ou pelo menos não temos registros históricos de conversas entre Homo Erectus e um chamando o outro de “chato”. Como se não bastasse vamos ao dicionário e encontramos sinônimos para “chatos”: maçante, aborrecido, aperreante, aporreante, atanazante, azucrinante, cansativo, desagradável, enfadonho, entediante, impertinente e a lista segue… Imaginemos se não tivessem inventado a palavra “chato”!! Como seria o mundo? Seria o mesmo, “os chatos” continuariam existindo? Embora, não haja comprovação histórica desse período, eles “os chatos” com certeza estiveram por aqui nos períodos do início da humanidade e eles estão por aí, e todos nós sabemos nos comportar como um chato. E, quem nunca….

Pensemos numa menina do contas a pagar da empresa, suponhamos, a Ana, ela faz um trabalho “chato”, recebe os boletos, cadastra e programa os pagamentos. Você se encaminha semanalmente até ela e pergunta:

-E aí como estão as coisas? E, ela responde:

– Tudo igual, sem novidades.

Condicionado pelo dicionário, concluímos: – Essa menina não é criativa. Raios, tudo está sempre igual!

Pensemos, agora, no Tibet, sim no país Tibet, a parte norte do Himalaia, uma região autônoma da China que compartilha o monte Everest com o Nepal, conhecido por alguns como “teto do mundo”, onde o Templo Jokhang, reverencia a estátua dourada do jovem Buda. Ali se fala o tibetano e no idioma tibetano não existe a palavra “criatividade”, segundo alguns autores a palavra que mais se aproxima nesse idioma de criatividade é a palavra “natural”. Então, se eles não possuem a palavra “criatividade” no dicionário isso não implica deduzir que eles não são criativos.

O ser humano adora colocar rótulos nas coisas, nas pessoas, e tenta colocar cada um numa caixinha. Então, se não existisse a palavra “criatividade” seríamos naturais, mas ser natural todos podem ser é uma questão de querer, simples assim. Ou, talvez, despertar para o natural.

Conclusão: todos nós podemos ser ‘chatos’, podemos sentir ‘saudades’ e podemos ser ‘criativos’.

A “criatividade” está presente em todas as pessoas, mas algum “chato” criou esse rótulo e agora, taxamos as pessoas e sufocamos sua imaginação e as tornamos autômatos. E, sabemos que as empresas precisam de pessoas criativas para sobreviver. Deduzimos que o potencial da Ana está adormecido, mas de maneira alguma isso não significa que ele não exista.

Um homem que tenha adormecido nos anos setenta e acorde nessa próxima segunda-feira ficaria maravilhado com o mundo que se apresenta aos seus olhos. Quanta “criatividade” foi liberada nesse período por pessoas anônimas que se dedicaram a melhorar processos, quantos anônimos praticaram a empatia se colocando no lugar do outro e melhoraram produtos e serviços?

Seja lá qual for o nosso público, ou para quem trabalhamos devemos nos colocar no lugar do cliente, seja ele interno (dentro da empresa) ou externo, e haverá uma série de portas que se abrem para a “criatividade”. Sim, muitas ideias não serão implantadas e geralmente o custo é o maior limitante, assim, podemos classificá-los:

E, os impactos dessas novas ideias?

Sabemos: O que ontem era inovação, hoje, se tornou um item básico. Um veículo que no passado ostentava o luxo por oferecer vidros elétricos, hoje, é uma commodity.

 

Ou seja, a fila anda e todos buscam constantemente a intersecção entre 03 variáveis:

O mundo está em guerra, novas prioridades têm brotado, no entanto, pesquisas recentes de 2022 demonstram que a inovação lidera o campo dos interesses. Esses novos caminhos têm sido abertos pelos provedores de tecnologia, dados & análises. Nessa linha a automação ganha cada vez mais espaço e preferência pelos investimentos. É preciso investir em inovação, é preciso ter pessoal capacitado para conseguir executar o que fazemos hoje de modo mais eficaz, é preciso compartilhar conhecimento entre os diversos times da empresa, é preciso documentar esses processos criativos e avançar. Gestores, será que é importante despertar a criatividade nos colaboradores?

Obs.: 1.) Caso haja interesse saiu o relatório GRIT, a lista das empresas mais inovadoras e o que elas estão executando. O relatório de 2022 já está disponível gratuitamente na internet:  ‘Top 25 Most Innovative Research Buyers’ e ‘Top 50 Most Innovative Research Companies’. 2.) Inovação = Novas ideias + decifrar todo o processo e suas implicações + evolução e aprimoramento das ideias iniciais (prototipagem & refinamento) + implementação (roteiro e incursões ao mercado). 3.)  Se o sujeito é bem-nascido, pertence a algum clã e goza de privilégios, exemplo extremo:  a monarquia inglesa, cuidado, a nova era estará sedimentada na meritocracia e questionamentos, Carlos III precisará ser criativo para manter as beneficies., não está fácil para ninguém. 

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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