Comprei uma janela. Alguém aí já comprou uma janela? Mesmo que você não tenha comprado, é perfeitamente imaginável como seria o processo de compra de uma janela. Há uma necessidade de se tampar um espaço, e ali caberia muito bem uma janela. Então, será preciso adquirir ou construir uma janela que protegerá o ambiente das intempéries externas. Simples, assim. Não, é?
Lógico, essa janela poderá ter sido especificada por um arquiteto e fará parte de um projeto maior. Quando comprei a janela, a loja se propôs entregar já que a danada não cabia no meu carro. A janela chegou, o empreiteiro a colocou no local projetado e se meus planos estiverem corretos devo olhar para e através dessa janela pelos próximos 10 anos.
Estamos no século XXI, produtos cada vez mais sofisticados e conectados passam pela tela dos nossos computadores e cá estou eu aqui mirando para minha janela. Quantos de nós vendemos produtos similares a uma janela? Similar no sentido, um produto fixo que se presta a cumprir uma determinada função. No meu caso, um anteparo. Mas, dizem que o mundo está em ebulição e eu aqui com uma janela que foi concebida na idade do ferro (surgida em 1200 anos a.C., ou no século XII a.C., nas regiões do Oriente Próximo e do Sudeste da Europa).
Nessa pegada da janela podemos extrapolar um serviço, por exemplo, viajamos de avião de São Paulo para Itajaí, a empresa transportadora nos fornece esse serviço, compramos uma passagem, colocamos nosso traseiro num assento do avião e voilà, após um determinado tempo de voo, se tudo correr bem, teremos chegado ao nosso ponto de destino, está feita a entrega do serviço comprado.
Pensemos numa empresa que venda terrenos, o comprador poderá construir ali uma casa ou uma indústria e o processo estará terminado.
O que podemos aprender com esses processos seja pelo amor seja pela dor? E, na maioria das vezes pela dor! As empresas que estão aí fazendo lucros astronômicos oferecem serviços conectados, e aqueles que consomem esses produtos o valorizam desde que eles estejam conectados a conteúdos que lhes interessam. Pois, é:- Quanto foi pago pelo Twitter?
As pessoas dizem:- “Estou me reinventando.” Mas, será que realmente estamos nos transformando? Será que nossas empresas brasileiras estão se reinventando? A palavra-chave é transformação. “Estou me transformando, mesmo?”. “O que fiz de especial nos últimos 2 anos para me reinventar?”. Se uma empresa não inovou nos últimos 2 anos, será essa uma empresa inovadora?
Se, sim, então, como irei transformar uma janela? Transformar uma viagem de avião? Transformar um terreno? Qual caminho explica a necessidade dessa transformação? E, aqui surgem algumas estratégias mágicas daqueles que souberam enxergar lá atrás essa transformação e obtiveram sucesso. Será que se pensarmos nas “palavrinhas” que esses dirigentes pensaram, poderemos dar um passinho à frente da nossa própria concorrência? Pensemos nelas:
Flexível?! Sim, flexibilidade para a minha janela? Por que não há uma tecnologia que transforme minha janela numa enorme tela de computador? Ahh, loucura? Ok, pode ser, mas ela poderia pelo menos me informar a temperatura interna e a temperatura externa, sem grandes devices.
Sim, flexibilidade para o meu voo? Bem, conectar o avião à telefonia estenderá o escritório para dentro do avião. Por que não? Por que preciso desligar o celular para voar? Ahh, ele irá interferir nos instrumentos de navegação. Ora, pois, isso é um problema para a engenharia resolver.
E, flexibilidade para a minha casa própria? Garagens comuns seriam um tipo de flexibilidade? Por que as pessoas precisam de garagens próprias? Será que a residência fica mais charmosa com uma garagem na frente da casa ocupada por 1 tonelada de lata e que em muitos casos vaza óleo? E, quantas residências possuem uma chave de fenda escondida em algum armário dentro de casa? Todas. Será que é preciso que todos tenham uma chave de fenda em casa? Ou devem ter acesso a uma chave de fenda quando precisarem utilizar?
Conectável?! Sim, se a minha janela estiver conectada à internet o mundo para esse produto se abrirá. Ou, não?
Se a minha poltrona no avião possuir uma tela onde faço perguntas que me interessam e ela responde, interagirei com a empresa aérea dinamicamente. Por que eu preciso escutar as informações que a cia aérea decidiu me fornecer, quem disse que estou interessado?
Se a portaria do meu condomínio é um hub e recebe encomendas dos meus vizinhos fora do meu condomínio, me conectarei com eles? Se minha empresa estiver instalada num condomínio e preciso de mais espaço de memória para meus computadores, por que não posso utilizar memórias que sobram dos computadores de meus pares?
As tecnologias são camadas que estão abaixo da linha de frente da empresa, as tecnologias são meios para que as estratégias das empresas sejam atingidas. Temos os homens de negócio e temos os homens que operacionalizam as soluções de conectividade para esses negócios.
Orgânico?! É preciso sair do mundo mecanicista para a organização orgânica, ou seja, a organização viva. A tecnologia para monitorar processos deve evoluir para a tecnologia de abordagem de resultados das tarefas, o resultado das missões. Queremos os resultados? Sim, mas devemos dar autonomia para que os resultados sejam atingidos. Será que o vendedor de janela sempre resolve o seu problema da mesma maneira? Afinal, ele precisa vender, e é isso o que interessa. No entanto, ele está ali para resolver o problema de um ser vivo, então, é preciso pensar mais criativamente. Eu, você, nós não somos robôs, somos seres vivos e temos problemas sociais que precisam ser resolvidos e estamos carentes por essas soluções complexas. Precisamos de empresas inovadoras que resolvam essas dores, o líder desse vendedor de janelas está alinhado com esse “Admirável Mundo Novo”?
Valorável?! Quem define o valor do produto ou do serviço é a empresa, e o comprador define se irá adquirir ou não aquele produto ou serviço. Então, quais os valores poderiam ser incorporados a uma janela? Ou, quais os valores sua empresa poderia incorporar aos produtos e serviços fornecidos atualmente? Eles já estão definidos nesse exato momento? Quais os novos atributos dos produtos e serviços que sua empresa irá colocar no pipeline da produção?
Reflexão:
A tecnologia é a solução para todos os nossos problemas? Não, definitivamente não. As empresas precisam do lucro, mas há uma terceira variável, o social. Então, nossas soluções devem ter tecnologia, render lucro e atender ao social? Sim, definitivamente, SIM.
Lembremos, a Tecnologia não possui religião, ela é agnóstica. O “Admirável Mundo Novo” deve possuir hardware e software? Sim, mas antes do hardware e do software está em primeiro plano o “peopleware”, coloque-o no centro de suas decisões e surpreenda o cliente ou alguém irá surpreendê-lo.
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