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Da porteira para fora (290) – Jornal Tribuna Liberal de 18/12/2022  –  Compilação.

A palavra compilação é utilizada cotidianamente nos escritórios das empresas. É bem verdade que cada um a emprega num determinado sentido. Podemos juntar, ou compilar diversos textos de diversos autores e agrupá-los adequadamente. Exemplo, obras compiladas de romancistas da renascença. Ou, podemos desmerecer o conteúdo, por exemplo, ela fez um trabalho de faculdade pouco original, foi juntando informações e compilou tudo numa apostila sem serventia.

O que nos interessa aqui é a palavra compilação utilizada como interpretador de comandos. Motivo: diminuição de custos.

Mas, vamos começar do começo. Quando temos um problema complexo é conveniente escrevê-lo numa folha de papel, avaliar as variáveis de entrada e o que desejamos obter como resultado.

O comércio e a indústria de 100 anos atrás não possuíam grande sofisticação e a variáveis de um negócio podiam-se contar na palma da mão. O que mudou? O mundo mudou após os anos 60 passou de V.U.C.A. para B.A.N.I.. Então, o que se espera de um gestor?

 

O mundo a partir da década de 60 O mundo pós pandemia COVID – 19 As expectativas para as  respostas dos gestores  aos novos desafios são:
V. Volatility (Volatilidade). B. Brittle (Frágil) V.Vision (Visão).
U. Uncertanty (Incerteza). A. Anxious (Ansioso) U.Understanding (Entendimento).
C. Complexity (Complexidade). N. Nonlinear (Não Linear) C.Clarity  (Clareza).
A. Ambiguous (Ambiguidade). I. Incomprehensible (incompreensível) A.Agility (Agilidade).

Como orquestrar todas as variáveis que se apresentam? Impossível, mas podemos agrupá-las e calcular as probabilidades de algo ocorrer.

Então, partimos de um problema complexo com muitas variáveis, criamos um diagrama de bloco onde percorremos diversos caminhos até a saída. Lembremos que a saída é conhecida, exemplo, queremos a paz, ou o empresário deseja vender mais e com mais lucro, ou o empregado deseja um maior salário, ou o funcionário deseja uma promoção etc. Entre a entrada e a saída temos o processo.

Sim, somente conseguiremos resolver problemas complexos com a ajuda de um computador. Mas o que é esse tal de computador? É uma máquina que entende somente o código binário, ou seja, zero ou um, ligado e desligado. A beleza desse código é que podemos fazer qualquer coisa com ele, qualquer cálculo, pois ele não se importa em receber qualquer input, desde que seja, zero ou um. Os demais inputs ele não consegue ler.

O que precisamos fazer é debulhar o nosso problema e colocar numa linguagem que seja possível para o computar entender. No entanto, os seres humanos não conseguem escrever as mensagens para o computador em zeros e uns. Ele precisa fazer uso de uma linguagem mais simples. Que tipo de linguagem? Ele pode usar uma linguagem que se aproxima da linguagem do computador, conhecidas como linguagem de baixo nível. Ou linguagens que se afastam da linguagem do computador, as linguagens de alto nível. As linguagens de alto nível são as que mais se aproximam da comunicação humana e as de baixo nível são as que mais se afastam da linguagem humana. Assim, temos um jogo de perde – ganha. Se escrevemos algo em alto nível, será mais “simples” de escrever o que queremos e mais “complexo” para o computador entender e o contrário também é verdadeiro. Se escrevemos algo em baixo nível, será mais “complexo” para escrevermos e mais “simples” para o computador entender. Já dá para imaginar que o computador prefere linguagens de baixo nível e o ser humano prefere linguagens de alto nível.

E, onde entram os compiladores? Seja a linguagem de alto nível, seja a linguagem de baixo nível, os computadores não entendem nenhuma das duas, é preciso criar uma ponte que levará os códigos escritos pelo programador (seja lá em que linguagem ele escrever) para o computador e após o computador processar algo ele precisará entregar sua conclusão para um ser humano que novamente só entenderá a mensagem se estiver numa linguagem que ele entende. Essa função de ponte é justamente o que fazem os compiladores, uma ponte de duas vias.

Observamos que dependendo da linguagem de programação que o programador utilizar será preciso ter um compilador dedicado àquela linguagem. Quando o programador escreve algo numa determinada linguagem dizemos que ele criou um script em XPTO (nome da linguagem, por exemplo:- ele criou um script em R. E, é claro que o script respeita uma determinada ordem, uma determinada sequência de comandos que deverá ser entendida pelo compilador que por sua vez a repassará para o computador que devolverá para o compilador e repassará para o programador ou usuário.

Podemos pensar o compilador como um tradutor, imagine que somos o presidente do Brasil e teremos uma reunião com o presidente da China, nós falaremos em português e o presidente da China falará em chinês. Ou seja, precisamos de alguém que traduza em tempo real o português para o chines e o chines para o português, esse é o compilador.

Voltemos para o cotidiano de um gestor que deve decidir qual software implantará na empresa. Observamos que ele não necessariamente deve entender de programação, mas se ele comprar softwares que usam linguagens diferentes por mais adequado que sejam à sua empresa ele poderá necessitar operar com diversos compiladores. Sim, soluções existem e é possível que os softwares conversem entre si, no entanto, quando temos vários sistemas legados em diversas linguagens o mundo do manuseio de dados se torna mais complexo e oneroso. Sim, é uma questão de estar disposto a pagar por elas, muitas vezes desnecessariamente.

 

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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