Premissa: O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, sr. Gustavo Bebianno deve se explicar proximamente sobre “supostas irregularidades” quando esteve à frente do caixa eleitoral do PSL. O tema aqui é “supostas irregularidades” e a lealdade.
Diante dos acontecimentos políticos ocorridos na semana passada e nesta semana cabe a pergunta: Como é que o Brasil irá se tornar uma grande nação? O que um país como o Brasil pode aprender de um fato como esse ocorrido durante os 50 primeiros dias de um novo governo?
Estudar!
Sim, é preciso estudar para responder a esse e a outros questionamentos, se não através da leitura, através de outros meios como por exemplo trabalhando num projeto específico que exija o crescimento constante tanto pessoal como de nossas empresas.
Sabemos que trabalhando com inteligência num projeto iremos evoluir juntamente com ele e, aprendemos com a vida que ela é um grande mosaico, conforme os anos passam as peças desse mosaico se encaixam formando uma grande figura, ou seja, ao nos distanciarmos adequadamente das pequenas partes, tudo se encaixa.
Hoje, podemos averiguar os números do PISA Programme for International Student Assessment (Pisa) – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes – uma iniciativa de avaliação comparada onde estudantes da Finlândia constantemente são bem avaliados. Eles se dedicam a projetos e não somente a decorar fórmulas de matemática ou datas históricas que podem ser facilmente verificadas via Google. Portanto, sinalizações são nos dadas a todo instante para sabermos por onde começar a responder sobre o que o Brasil pode aprender! Vale dizer que atravessamos uma pobreza criativa nacional que vara décadas e deve seguir por outras tantas.
Iniciativas Inovadoras.
Alguns estudiosos com estrada percorrida deixam claro que diante da necessidade de sermos criativos sobre um novo produto, um novo comportamento, uma nova mudança de rotina cabe avaliar três pontos básicos referentes a nova ideia:
- Trata-se de algo novo? Estamos refazendo nosso modo de pensar e viver?
- O que fizemos ou iremos fazer é útil? Alguém irá valorar esse novo comportamento ou invenção?
- Estamos diante de algo impactante? Estamos mexendo nas estruturas? As pessoas irão olhar para isso e dizer: Ahhh, que legal, vou comprar isso ou essa ideia?
Observe, agora, a fritada que sofreu o ministro.
Foi algo novo? Não, temos visto esse tipo de episódio no Brasil dezenas de vezes, basta ligar a TV. O inusitado foi o presidente gravar um vídeo em 18/02/2019 fazendo elogios ao ex-integrante da equipe de governo e desejando sucesso na nova jornada. Fico imaginando se a cada ministro que cair teremos um novo vídeo!
Foi útil? Depende.
Foi impactante? Sim, o fulano nem mesmo aqueceu a cadeira e foi exonerado por alguma “suposição” a ser comprovada pela “justiça”. Então, o impacto foi negativo por pura falta de musculatura política.
Bem, se não atendemos aos três critérios iniciais acima já podemos concluir que não se tratou de uma boa tentativa de melhoria.
A utilidade de nossas ações.
Vamos explorar a pergunta e resposta: Foi útil? Depende.
Sempre estaremos diante de uma determinada situação, ou seja, algo que já existe. O presente. Vamos analisar a utilidade da exoneração e o tema fidelidade.
O ator principal da ação, o presidente, o CEO, o prorietário de uma empresa terá ao seu lado o poder. Assim, para ele será sempre mais fácil tomar determinadas decisões, outros em escalas inferiores da organização não terão essa mesma força.
A equipe de governo ou o time de uma empresa, se supõe, devem lealdade ao “chefe mor”. Sim, você, como comandante, não irá empregar inimigos ou desafetos. Isso não é logico.
Suponha uma organização criminosa, ela exigirá lealdade total de seus comandados e, nem por isso possui um propósito dedicado ao bem. Portanto, lealdade não guarda relação com o bem ou com o mal, tanto pode estar de um lado como de outro.
A causa de um presidente ou de um CEO pode ser benéfica ou maléfica, isso não é importante, o que vale aqui é a lealdade. Então, já concluimos o quanto é complexo estando de fora do campo onde ocorre o jogo nos posicionarmos de um dos lados dos combatentes. É óbvio que como a “força” está ao lado do presidente contrariar suas ideias não é a posição mais fácil.
Para que um CEO ou um presidente possa exigir lealdade caberá a ele definir os objetivos da organização, não é possivel ser leal a um fulano que não define o que deseja, ou a direção que está assumindo, ou pior, que muda a direção do transatlântico a todo instante.
Aqui cabem alguns parênteses:
- alguns líderes esperam que seus subordinados subentendam o que ele deseja, então, temos a máxima, normalmente quando se subentende normalmente não se entende.
- o ser humano busca a troca ao ser leal a um fulano ou a uma organização, então, exigirá uma contrapartida. As pessoas esperam algo por aquilo que elas supostamente fizeram, ou estão desempenhando. O salário, por exemplo, é uma troca financeira por algum serviço prestado.
- infelizmente, as pessoas geram expectativas em relação a outras pessoas e, caso não sejam correspondidas se frustram, costumam dizer que essa pessoa não lhe foi leal. Isso não é verdade se nada foi prometido. Gerar expectativas num mundo aonde a maioria das pessoas não consegue olhar além de seu próprio umbigo não nos parece ser algo inteligente, ou seja, vivemos num mundo líquido.
- a fidelidade ou a lealdade à uma organização pressupõe uma história vivida juntos, pressupõe a parceria, independentemente se há erros no processo ou não.
E o desleal, quem é ele?
O desleal é aquele que rompe a parceria, aquele que muda as regras do jogo durante o jogo, aquele que toma atitudes contraditórias ao “status quo”, aquele que na maioria das vezes nem mesmo comunica a mudança de rumo, aquele fulano cheio de esquemas secretos que aguarda na surdina o momento para aplicá-los.
E por que o desleal age dessa maneira?
Por vantagens, sim, por benefícios a serem alcançados. Observe que o desleal vislumbra possibilidades de ganhos, sejam eles financeiros, políticos ou não.
Então, o desleal quer ter um benefício? É, claro. Ninguém muda a regra do jogo para piorar o resultado, a não ser que seja um masoquista. Trata-se de um risco onde o desleal avalia se vale a pena correr ou não. Se o desleal entender que poderá obter uma determinada vantagem, mas causará um estrago enorme no “status quo”, ele não irá quebrar a corrente, mas se ele entender que as vantagens a serem obtidas compensam a quebra do pacto, ele a fará.
Podemos extrapolar o tema para o adultério, é logico que o infrator terá algumas alegrias ao praticar o adultério, se descoberto isso poderá destroçar sua família. Aqui não somos nem contra nem a favor do ato e sim colocamos a atenção do leitor no fato desse adultero avaliar se vale o risco, ou não.
Nas empresas vemos e vivenciamos amigos fritarem seus pares por cargos mais altos, por vantagens a serem obtidas, etc. trata-se do jogo da lealdade, até que ponto vale a pena quebrá-la na esperança por prêmios maiores? Os seres humanos possuem essa característica, portanto, convivemos e conviveremos com ela por muitos séculos à frente, infelizmente.
Cabe uma nova pergunta que não sabemos responder. Se o presidente quebrou realmente um pacto leal, qual vantagem irá obter? Se essa vantagem é para o bem do Brasil que apareça logo. (Continua na próxima semana).
Comente