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Da porteira para fora (11p) – Jornal Tribuna Liberal – 13/08/2017 (Décadas de 60 e 70)

Estamos nas décadas de 1960 e 1970 fazendo uma retrospectiva sobre o Brasil, seus erros e acertos, e buscando uma luz para sairmos desta crise atual (2017).

Você é político?

Vamos retomar nossa digressão e fazer alguns comparativos.

Décadas de 1960 – 1970, o período militar foi estendido até 1985. Observemos a permanência de cada dirigente militar, e o período da Junta Militar quando ocorreu o sequestro do embaixador norte-americano sr. Charles Burke Elbrick:

Gen. Humberto Castello Branco 2 anos e 334 dias 15 de abril de 1964 a 15 de março de 1967
Gen.  Arthur da Costa e Silva 2 anos e 169 dias (morreu no exercício da presidência) 15 de março de 1967 a 31 de agosto de 1969

Junta Militar

60 dias

31 de agosto de 1969 a 30 de outubro de 1969. Sequestro do embaixador americano.

Gen. Emílio Garrastazu Médici 4 anos e 136 dias 30 de outubro de 1969 a 15 de março de 1974
Gen. Ernesto Geisel 5 anos 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979
Gen. João Figueiredo 6 anos 15 de março de 1979 a 15 de março de 1985

O Gen. Médici foi eleito por uma junta militar e antes de dar-lhe a posse a junta militar outorgou uma nova constituição. O Gen. Médici exigiu que o Congresso Nacional fosse reaberto, o que ocorreu em 25 de outubro de 1969, venceu no Congresso nacional numa sessão que lhe deu 293 votos a favor e 75 abstenções. Manipulada?

Medici
Gen. Emílio Médici – 1969-1974

Uma votação similar ocorreu na Venezuela onde o comunismo “madurês” segue dando as cartas, a Colômbia e o Brasil deverão se preparar para esta nova imposição venezuelana, nossas fronteiras são porosas, e milhões de venezuelanos “muitíssimos” satisfeitos com o regime devem migrar para os países vizinhos. Roraima não está na pauta das questões de Brasília, mas será ali na ponta que o imbróglio se dará. Hoje (agosto de 2017), podemos estimar cerca de 15.000 venezuelanos ilegais no País, esse número deverá chegar à casa de 1 milhão rapidamente, e outros 2 milhões na Colômbia. Lembrando que a Colômbia possui a maior fronteira com a Venezuela e já tem problemas suficientes para abrigar os remanescentes frutos da Guerra Civil, alguns milhões. O próximo passo na Venezuela será dissolver a Assembleia Nacional através dos membros da Constituinte empossados em 04/08/2017.

Uma votação similar ocorreu no Brasil de o sr. Temer PJ (Pós – Joesley) em 02/08/2017 para postergar a denúncia contra sua pessoa para após o término de seu mandato. Esta votação na câmara deu votos suficientes para arquivar o processo neste momento, todavia também mostrou que não houveram 308 votos para a aprovação da reforma da Previdência. O ponto crucial nesta votação foi que nem todos os deputados votaram segundo a orientação de suas bancadas, assim, num exemplo o PSDB votou rachado. Ou seja, para a reforma da Previdência se começará ou recomeçará todo o processo para aglutinar os votos necessários. Os cálculos indicam que se a reforma da Previdência não for aprovada, em 2024 toda a arrecadação da União será direcionada para o pagamento da saúde, educação, folha dos servidores e a Previdência. Como ficam as PMEs?

Nós das PMEs precisamos que o governo mostre e demonstre um Norte para que possamos enxergar possibilidades de crescimento, mas com esses processos lentos onde os políticos olham para o próprio umbigo os empreendedores que não desaparecem, agonizam. Se na Inglaterra até príncipe se aposenta da vida pública, o processo atual é de o príncipe Philip, marido da Rainha Elizabeth II, anunciado oficialmente pelo Palácio de Buckingham em 04/08/2017, por que não aposentamos alguns regimes de governo que comprovadamente não deram os resultados esperados? E não há nenhuma notícia boa no horizonte?

No meio desta turbulência foi aprovado pelo governo de o sr. Temer PJ o Decreto n. 9.094 de 17 de julho de 2017 que dispõe sobre a simplificação do atendimento prestado aos usuários dos serviços públicos, ratifica a dispensa do reconhecimento de firma e da autenticação em documentos produzidos no País e institui a Carta de Serviços ao Usuário. Bom! Menor Custo! Agora, que seja extrapolado rapidamente para os estados e municípios. E o sr. Médici?

O Gen. Médici tomou posse e prometeu transformar o Brasil numa democracia. Combateu as guerrilhas comunistas urbanas e rurais, ou seja, a revolução armada do proletariado, e quando foi a vez de assumir do Gen. Ernesto Geisel o caminho para a democracia estava asfaltado.

Geisel
Gen. Ernesto Geisel – 1974-1979

Frase de Delfim Neto – ministro da Fazenda de Médici à revista Isto É: Quando entrou o Geisel, o problema dele era o seguinte: “o que é que vão dizer de mim se eu fizer um governo pior que o do Médici?”. Ele tinha sempre que dizer que o carrasco era o Médici. Mas Médici nunca fechou o Congresso, nunca cassou deputado, coisa que o Geisel fez à vontade”. O tema da repressão, a luta dos militares contra a ditadura que desejava se impor no Brasil pelos movimentos armados foi algo que extrapolou nossas fronteiras e para entendê-la temos que retroagir e mergulhar alguns parágrafos na história da União Soviética e seu papel na exportação do comunismo. Copiamos os russos?

Ao apontarmos erros políticos que refletiram e refletem diretamente no cotidiano do pequeno e médio empresário e porque não dizer da população em geral atingimos uma emboscada que não estava planejada. Ou seja, o conflito no Brasil entre a ditadura militar e a ditadura do proletariado. Discutir quem possuía as razões mais defensáveis não é nossa tarefa. Ocorre que como País periférico, terceiro mundista, é mais ou menos óbvio que esse conflito interno fosse patrocinado por interesses externos. Os militares pela democracia americana e os guerrilheiros armados pelo comunismo da União Soviética. Portanto, analisar as acusações internas de ambos os lados é tarefa incompleta, mas deixamos essas teses para os historiadores. E mais, de qual comunismo estamos nos referindo? Lembrando que mundo afora o comunismo está rachado em diversas facções!

Vale dizer que essas análises são complexas, já que os atores mudam de posicionamento conforme os ventos lhe são favoráveis. E aqui os civis são mais flexíveis quanto a suas ideologias em comparação aos militares. É como hoje, um político defende o partido A até a morte, mas antes que ela ocorra ele muda de posição, ou seja, primeiro eu, depois, mas muito depois os interesses nacionais. Assim, se o leitor quiser se deliciar com esses deslizes poderá ler discursos de um mesmo político que numa determinada época era favorável a uma determinada causa, com o tempo migra para uma posição conciliadora, depois migra para a oposição e não raro retorna ao ponto original como se o voto que lhe fora conferido tinha o objetivo senão outro de mantê-lo lá, no poder. Um desrespeito, e aqui o eleitor brasileiro deve fazer uma mea-culpa, já que ele não se lembra em quem votou. E pior, por que votou?

Para entender o posicionamento russo e seu interesse pelo Brasil, temos que retornar a 1917 – ano da Revolução Russa, a URSS por ordem do Czar (o rei deles) Nicolau II entrou na I Guerra Mundial sem qualquer preparo para encarar um conflito daquelas proporções, um país predominantemente ruralista. Resultado: perdeu o poder. O imbróglio terminou com o Czar deposto, e morto. Este foi o último dos Czares. Mas, ele cometeu outros erros? Quais? E por aqui no Brasil, como estávamos? E a gripe da época, como nos afetou? E o nosso comunismo local copiado dos russos revolucionários?

(Continua na próxima semana).

(Leia o artigo anterior)


Você também pode ler essa coluna diretamente no Jornal Tribuna Liberal, clicando aqui.

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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