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Da porteira para fora (229) – Jornal Tribuna Liberal de 17/10/2021– Motivação 1!

Recebemos um questionamento: Um jovem talentoso de nome Matheus Nardez decidiu ir viver em Portugal na cidade de Aveiro e buscar novos desafios. Viajou em setembro – 2021 para a terra dos patrícios, está lá! A pergunta que ele colocou foi; serei mais ou menos feliz? Ele complementou o texto dissecando toda a sua frustração sobre as condições políticas brasileiras e a falta de perspectivas profissionais no Brasil.

Poderíamos responder essa pergunta no formato pueril, no entanto, ela enseja uma série de temas instigantes como motivação, percepção, carreira, educação, cultura, nível cultural dos relacionamentos, política brasileira etc. Então, decidimos dissecar, ou melhor, quebrar esse mosaico em temas centrais que envolvem as organizações empresariais.

O primeiro deles é a “motivação”. Há muitos estudos sobre motivação e não há uma receita para que um profissional se sinta motivado, no entanto, esses estudos podem explicar muitos fenômenos, podem esclarecer onde se encontra a motivação nos nossos dias e lapidar o comportamento do profissional trabalhador.

Esse tema é cativante e continua em ebulição entre os estudiosos de nossos tempos. Existem correntes, existem pelo menos duas dezenas de teorias sobre motivação e máximas que se consolidaram nos últimos 50 anos.

Comecemos com o que está consolidado nesse século;

  • Ninguém motiva Ninguém. Pois é, no ambiente de trabalho há esse consenso entre os cientistas. A motivação é intrínseca, está ali dentro de cada colaborador, varia com o tempo e somente ele (trabalhador) pode se motivar. Motivar significa se mover à ação. Aqueles que não se movem à ação, são procrastinadores.
  • Mas, se o parágrafo acima é um consenso entre os estudiosos, qual é a função do dirigente? Bem, o dirigente cria condições para que o colaborador possa se motivar. Ou seja, ele dispõe todo um arcabouço de variáveis e as coloca à disposição do colaborador, no entanto, caberá ao colaborador decidir se se sentirá motivado ou não!
  • Existem condições que são básicas para o trabalhador exercer suas funções, a carência desses meios poderá induzi-lo à desmotivação ou mesmo à frustração.
  • A frustração tem sido mapeada por cientistas e muito conhecemos sobre esse fenômeno. Num exemplo, um CEO que também é um trabalhador, caso ele se frustre, por exemplo, pelo não atingimento de metas e não possua estrutura para suportar essas perdas terá reações conhecidas. Vale dizer que a teoria explicita que quanto maior a frustração mais intensa deverá a agressão resultante. Algumas vezes há um acúmulo de frustrações e uma pequena derrota poderá gerar uma agressão desproporcional. O autor Maximiano diante da frustração ocorrida por uma necessidade insatisfeita, classifica em 04 os comportamentos previsíveis;
    • A busca por uma compensação.
    • A resignação.
    • A agressão.
    • A substituição ou deslocamento.

 

  • Uma tendência que já se tornou realidade é o “Eu S/A”, ou seja, cada vez mais as empresas contratam pessoas para desempenharem determinadas tarefas que estejam alinhadas com suas metas e objetivos, cessada essa tarefa esse “Eu S/A” será dispensado. E, aqueles que permanecem na organização devem se acostumar com o termo “funcionário velcro dupla face”, ou seja, ele gruda durante um período em um projeto e terminado esse projeto pode ser realocado para outro ou não. Aqui entra um tema interessante, ou seja, onde ancorar a carreira profissional, deixemos para um próximo artigo.
  • As funções rotineiras serão cada vez mais substituídas pela automação e, mesmo funções que hoje classificamos como não rotineiras, exemplo; dirigir, vender, analisar contratos etc. serão automatizadas. Dica para sobreviver: torne-se indispensável, assuma posições e não aponte para terceiros.

  • O mundo tornou-se globalizado, seja para o bem ou para o mal. Vivemos uma pandemia que se iniciou na China e acreditamos que ela não chegaria ao Brasil. Ilusão e falta de competência gerencial! Saber o que ocorre lá fora não é um “plus do profissional” do século XXI é uma necessidade para a sobrevivência.
  • A presença das mulheres ocidentais no trabalho é fato e não há reversão nesse processo. Elas conquistaram um largo espaço, mas muito há por batalhar.
  • A diversidade de personalidades tem ajudado dirigentes a abrir suas mentes e encontrar soluções mais criativas. Dirigentes inteligentes cercam-se desse arsenal.
  • A participação de robôs em decisões gerenciais é cada vez mais comum, principalmente no mundo desenvolvido.
  • A flexibilização no trabalho, a administração por resultados e o foco na qualidade de vida. Equilíbrio é o nome desse jogo. As caixinhas com os cargos hierarquicamente dispostos sofrem cada vez mais ataques dos estudiosos. Um exemplo, são as grandes organizações que partiram para o modelo Hélice.
  • As mudanças cada vez mais constantes e rápidas caracterizam o mundo V.U.C.A. [acrônimo para Volatility (volatilidade), Uncertainty (incerteza), Complexity (complexidade) e Ambiguity (ambiguidade)] e exigem trabalhadores com nível de educação cada vez mais elevado, rápidos e resilientes. Hoje, se exige o nível médio para a profissão de gari e o salário é de $ 1.100,00 reais.
  • O abandono ou declínio da carreira profissional. O colaborador deve dirigir o seu próprio crescimento seja profissional ou social. Ele deve ser proativo, buscar os desafios que o fará crescer, o acomodado está fora do mercado, mesmo que não saiba. Como disse Churchill certa ocasião; “Esforço contínuo – não força ou inteligência – é a chave para desvendar nosso potencial”.

 

Pergunte-se: A carreira é minha ou está nas mãos de meu chefe? A motivação é minha ou está fora de mim? Continua na próxima.

 

Continua na próxima semana.

 

Dr Zero Cost

Dr Zero Cost por Ailton Vendramini, perfil realizador com formação na área de Engenharia, tendo trabalhado no Brasil e no exterior. Atualmente acionista em algumas empresas e foco em Mentoria & Consultoria para pequenas e médias empresas no segmento de Gestão/Vendas/Marketing/Estratégia.

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